Grim marca presença em debate na TV Brasil sobre a relação da televisão com as crianças
Para comemorar o aniversário de dez anos, o "Ver TV", da TV Brasil, preparou uma edição especial debatendo um assunto frequentemente abordado no programa: a relação da televisão com as crianças. Para analisar a "conflituosa" relação, como definiu o apresentador e editor-chefe Lalo Leal, o Ver TV de 21 de fevereiro trouxe a professora Inês Vitorino, pesquisadora do Grim. Ela debateu o tema ao lado do jornalista Renato Godoy, pesquisador do Instituto Alana, e Suzana Varjão, gerente do núcleo de qualificação de mídia da Andi – Comunicação e Direitos.
Os pesquisadores discorrem sobre os avanços e retrocessos ocorridos na pauta nos últimos anos. De um lado, os especialistas apontam que o tema ganhou uma maior atenção, com ações como a escolha do tema "Publicidade infantil em questão no Brasil" para a redação do Enem 2014 e o fortalecimento de organizações da sociedade civil destinadas à luta pelo direito de crianças e adolescentes. Ainda se viu a adoção de medidas importantes, como resoluções alertando sobre os riscos de publicidades voltadas às crianças e a consolidação da classificação indicativa em programas da TV aberta.
Entretanto, por outro lado, os especialistas apontaram que houve uma diminuição da programação voltada às crianças na TV aberta e que continuam desrespeitos ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com a exposição de crianças a programas inadequados, como os policialescos, por exemplo.
Para os próximos anos, Inês afirmou esperar que o princípio constitucional que coloca a criança como prioridade seja respeitado. “Isso significa entender que pais, professores, comunidade, sociedade e Estado são igualmente responsáveis pelas crianças, por aquilo que é oferecido a elas como proposta de comunicação”. Para isso, concluiu, é “fundamental” pensar em um marco regulatório da mídia, “para que o princípio da qualidade seja o eixo do tratamento comunicacional com a criança”.
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Andifes é mais uma entidade a alertar sobre riscos à democraciaA Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) é mais uma a entender como perigosa a atual efervescência política nacional. A Andifes demonstra preocupação, sobretudo, com o Poder Judiciário, que vem "ignorando o princípio da presunção de inocência", com "argumentos pseudo-jurídicos utilizados para encobrir interesses político-partidários" e "a divulgação seletiva de elementos processuais antes da conclusão dos processos". Em nota, a Andifes, assim como a Compós, vê risco de retrocessos sociais com o agravamento da crise política e econômica que assola o País. Frente a esse quadro, a associação ressalta o comprometimento das universidades com o "fortalecimento das instituições públicas em defesa da democracia, da justiça social e da paz". O texto na íntegra pode ser lido abaixo. NOTA PÚBLICA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS DIRIGENTES DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR – ANDIFES O Conselho Pleno da ANDIFES, reunido no dia 17 de março de 2016, manifesta preocupação com o agravamento da crise política e econômica no país e suas ameaças à ordem constitucional e aos direitos civis, políticos e sociais do povo brasileiro. Os reitores e as reitoras das Universidades Federais repudiam argumentos pseudo-jurídicos utilizados para encobrir interesses político-partidários, com a divulgação seletiva de elementos processuais antes da conclusão dos processos, ignorando o princípio da presunção de inocência. Igualmente, reprovam o uso de interpretações políticas parciais em substituição aos preceitos constitucionais que, necessariamente, devem fundamentar qualquer processo de impedimento de mandato legitimamente conquistado. As universidades, pautadas pelo rigor científico, a criatividade acadêmica, a liberdade de pensamento e a pluralidade de ideias, estão comprometidas com o fortalecimento das instituições públicas em defesa da democracia, da justiça social e da paz. A ANDIFES expressa sua expectativa de rigorosa apuração de todas as denúncias de corrupção e defende, intransigentemente, os princípios republicanos presentes na Constituição Federal. Brasília, 17 de março de 2016. Diretoria da Compós divulga nota demonstrando preocupação com atual momento políticoA atual diretoria da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação (Compós) vê o atual quadro político do País como propício a retrocessos sociais. Uma mídia e judiciário partidariamente enviesados podem fazer surgir uma sociedade "totalitária", avalia o texto. "Devemos todos ficar atentos, pois quem perde não é apenas uma representação política e um governo democraticamente constituído, mas todo o povo brasileiro e nossa democracia, tão duramente conquistada", resume. Portanto, a diretoria da Compós avalia que os estudiosos da comunicação precisam nutrir ainda mais um senso crítico, a fim de evitar o autoritarismo e garantir "o respeito à diversidade de opinião e à justa cobertura midiática". Confira a nota na íntegra: Em defesa da Democracia, dos direitos conquistados, das garantias fundamentais e da justa liberdade de informação A Diretoria da COMPÓS – Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – vem a público manifestar sua preocupação com os rumos atuais da política e, em especial, com o posicionamento, muitas vezes, arbitrário e unilateral de setores da mídia, em estreita ligação com a judicialização da política. O conservadorismo que ora se instala resulta, seguramente, do descontentamento com um cenário de mudança social, com a inclusão de significativas parcelas da população que sempre tiveram seus diretos desrespeitados. Em relação ao judiciário, vemos a cada dia ganhar força um modelo de judicialização da política, que coloca atores políticos e projetos sob um olhar escrutinador direcionado para um mesmo e único fim: a desqualificação e enfraquecimento de apenas um segmento do quadro político brasileiro. É inegável a importância do poder judiciário e sua independência, mas tal poder não pode “brilhar” às custas do enfraquecimento do regime democrático, o que pode levar ao surgimento de um estado totalitário. Em relação à chamada grande mídia e a cobertura dos fatos políticos, o que temos acompanhado, com frequência, é o ataque a um lado e ofuscamento das mazelas do outro lado. É preciso tomar cuidado com qualquer tentativa de golpe. Devemos todos ficar atentos, pois quem perde não é apenas uma representação política e um governo democraticamente constituído, mas todo o povo brasileiro e nossa democracia, tão duramente conquistada. A partir daqui, nós, professores e pesquisadores da área da Comunicação, devemos todos refletir sobre nossas eventuais parcerias com os grupos de mídia, em todas as esferas, para preservarmos o necessário lugar da crítica e a formação de comunicadores capazes de respeitar a diversidade de opinião e a justa cobertura midiática, essenciais à democracia. Já passou da hora de discutirmos abertamente o sistema de concessão dos meios e empresas de comunicação, e cobrarmos que os poderes democraticamente constituídos também coloquem esse assunto como pautas urgentes. Por fim, gostaríamos de ressaltar que essa manifestação é de responsabilidade da atual Diretoria da COMPÓS, não representando, a priori, a totalidade da associação. Com votos de melhores dias, Diretoria da Compós Extermínio da juventude da periferia de Fortaleza: quem se importa?
O Grupo de Pesquisa da relação infância, juventude e mídia manifesta seu mais profundo pesar diante dos assassinatos recentes de jovens nas periferias de Fortaleza. Solidarizamo-nos com as suas famílias e professores que embalaram seus sonhos na escola, no skate, na música, na cultura e na arte, e só os têm agora na imensa saudade…
Grupo de Pesquisa da Relação Infância Juventude e Mídia |