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Aumento de publicidade de cerveja na Copa pode estimular consumo entre crianças

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Por: Bruno Bocchini e Beatriz Pasqualino – Repórteres da EBC Edição: Lílian Beraldo

 

O aumento do número de propagandas de cervejas durante o período da Copa do Mundo pode levar ao crescimento do consumo de álcool entre crianças e adolescentes, alerta o Instituto Alana.

“Com a Copa, a publicidade de cerveja aumenta muito e a cerveja, para fim de publicidade, não é considerada bebida alcoólica, ela pode ser anunciada a qualquer hora do dia na televisão. Os jogos que passarem durante o dia vão ter, provavelmente, muita publicidade de cerveja e, dependendo de como essas publicidades são feitas, elas atingem diretamente o público infantil”, destaca a diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques.

A psicóloga e professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ilana Pinsky reforça o alerta do instituto e destaca que é volumosa a quantidade de pesquisas que mostram a relação entre a maior exposição à publicidade de álcool e o consequente crescimento do consumo da substância. “Essa ligação é extremamente conhecida e, para as crianças, é mais importante. Elas começam a reconhecer desde muito cedo as marcas ligadas a bebidas alcoólicas, principalmente, as das cervejarias, que são as empresas que se ligam mais em patrocínio de eventos e principalmente de futebol”, diz.

A psicóloga relata, por exemplo, que o filho dela, de 10 anos, conhece todas as marcas de cerveja. “E eu não bebo e na minha casa não existe bebida alcoólica. Isso acontece por meio da televisão e das redes sociais, principalmente, e por conta do futebol. E ocorre com muita gente dessa mesma idade”, acrescenta.

A restrição à publicidade de bebidas no Brasil é feita por meio da Lei 9.294/96 e vale para os produtos com teor alcoólico acima de 13 graus Gay-Lussac (ºGL), a exemplo do uísque e da cachaça. A cerveja, porém, não se enquadra nessa faixa.

O Ministério Público do Estado de São Paulo colhe assinaturas, desde 2012, para propor, por meio de projeto de lei de iniciativa popular, alteração no limite estabelecido pela legislação. O intuito é que o limite passe a ser 0,5 ºGL. De acordo com a Constituição Federal, a apresentação de projeto de lei de iniciativa popular deve ser subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por pelo menos cinco estados, entre outros requisitos.

A preocupação do Instituto Alana é que, como existe grande audiência infantil nos jogos, haja direcionamento da publicidade da bebida aos menores. Entre os patrocinadores oficiais da Copa do Mundo no Brasil está uma marca de cerveja. “Você colocar, como já aconteceu, os jogadores da seleção nacional, que são os grandes ídolos da criançada, o técnico da seleção, fazendo comercial para uma marca de cerveja e chamando as crianças a serem 'guerreiras', isso é muito sério”, ressalta a diretora.

Além da televisão, a exposição de bebidas alcoólicas nas redes sociais também têm preocupado pesquisadores. “Quando você faz uma publicidade por meio da televisão, você é apenas um espectador. Quando isso é feito por meio de uma rede social, você pode participar dela, postando fotos, opiniões”, explica.

De acordo com o 6º Levantamento Nacional sobre o Consumo de Drogas Psicotrópicas entre Estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Redes Pública e Privada, feito nas 27 capitais brasileiras e divulgado no final de 2013, a idade média do primeiro contato com as bebidas alcoólicas é 13 anos.

A pesquisa ouviu 50.890 estudantes. Cerca de 15,4% dos que tinham entre 10 e 12 anos declararam que tinham consumido álcool no ano da pesquisa. A proporção sobe para 43,6% entre os adolescentes de 13 e 15 anos, e para 65,3% entre 16 e 18 anos. De todo o universo pesquisado, 60,5% dos estudantes declararam já ter consumido álcool.

“Essa publicidade gera como consequência o aumento do consumo de cerveja por crianças cada vez mais cedo. Hoje, no Brasil, a idade que se começa a ter problema com álcool é 11 anos. E a nossa preocupação é o impacto que a publicidade de cerveja terá durante a Copa”, ressalta Isabella.

A Agência Brasil procurou a Ambev, a quarta maior cervejaria do mundo, mas a empresa não quis conceder entrevista sobre o assunto.

 

[Fonte: EBC Agência Brasil]

 

Publicidade de alimentos voltada para crianças

O Ver TV que foi ao ar no dia 24/04/2014 debateu sobre o estímulo ao consumo de alimentos nas propagandas de TV, em especial as voltadas para crianças. Esses comerciais se tornam mais frequentes nas datas festivas, como a Páscoa. Há alguma relação do aumento da obesidade infantil no Brasil com esse tipo de ação publicitária?

O Ver TV conta com a presença do médico nutrólogo e pediatra José Augusto Taddei, professor da Escola Paulista de Medicina na Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp); de Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana, organização da sociedade civil sem fins lucrativos que trabalha pela proteção da criança; e do assessor executivo da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo, Marcos Diegues.

Isabella reforça a ideia de que a publicidade infantil, em especial a de alimentos, é uma prática nociva para as crianças. Ainda existe um volume muito grande de mensagens comerciais chamando as crianças menores de doze anos de idade, que ainda estão num processo de formação, (...) sobre o que essas mensagens estão dizendo. Então, ainda existe um volume enorme de publicidade, de várias formas, dessa comunicação mercadológica, chamando as crianças a consumir em excesso e com habitualidade, avalia. Para o médico José Augusto Taddei, estamos deseducando a população com a publicidade de alimentos que, de forma enganosa, diz aos pais e às crianças que esses alimentos fazem bem.

Marcos Diegues entende que mais do que estabelecer uma linha direta de causa e efeito, a gente não pode esquecer o princípio da precaução. Há o risco de levar essa criança a consumir determinado produto que lhe é prejudicial, e esse risco é o suficiente para que a gente aja para coibir, para limitar esse tipo de atividade.

[Fonte: TV Brasil Youtube]

 

O que as pessoas pensam sobre a Barbie

A Mattel lançou, nos Estados Unidos, o The Barbie Project, que envia dois documentaristas e um especialista em brincadeiras para casas de algumas famílias com o intuito de conversar com os pais e saber a opinião deles sobre a Barbie. Eles também entregam a boneca às crianças, sem dizer o que elas devem fazer, e observam como elas brincam.

No último filme, publicado nessa terça-feira, 13, há um pai que nunca se imaginou com Barbies, mas que agora não sabe dizer não quando sua filha pede para brincar com ela e também um irmão que usa a boneca para ativar seus superpoderes.

Por mais de 55 anos, a Barbie tem sido um canal para a imaginação e a autodescoberta das meninas. E a Mattel, que até agora não tinha como explicar quais sentimentos sua boneca despertava em crianças e adultos, agora tem esse projeto para mostrar o que realmente acontece. Por enquanto, o resultado tem sido positivo. Talvez o maior exemplo de ponto negativo para a Barbie foi uma mãe dizer que ela é desproporcional.



[Fonte: Meio & Mensagem]

 

A publicidade infantil deve ser proibida?

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Por: Paula Adamo Idoeta e Mariana Della Barba

Da BBC Brasil, em São Paulo

Atualizado em  25 de abril, 2014 - 05:26 (Brasília) 08:26 GMT


A aprovação no mês passado de uma resolução que considera abusiva a publicidade infantil, emitida pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das propagandas dirigidas a esse público.

A resolução do órgão, ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, abrange anúncios com linguagem, trilhas sonoras e distribuição de brindes de apelo ao público infantil em anúncios em mídias como TV, sites, rádio, revista e jornal, assim como propagandas em embalagens e merchandising.

Elogiada por pais, ativistas e entidades preocupadas com o crescimento dos índices de obesidade infantil, como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), ela estabelece como abusiva toda a propaganda dirigida à criança que tem "a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço" e que utilize aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças.

Ficam de fora, segundo a resolução, campanhas de utilidade pública referentes "a informações sobre boa alimentação, segurança, educação, saúde, entre outros itens relativos ao melhor desenvolvimento da criança no meio social".

Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário.

O debate sobre a validade da resolução também envolve a questão de como serão aplicadas punições, o que torna a questão ainda mais complicada e intensifica a disputa jurídica sobre ela.

'Compre' e 'consuma'

Em nota conjunta, as associações de anunciantes, radiodifusores, emissoras de rádio e televisão e Associação Nacional de Jornais disseram reconhecer "o Poder Legislativo, exercido pelo Congresso, como o único foro com legitimidade constitucional para legislar sobre publicidade comercial".

O grupo defende ainda que a autorregulamentação policiada pelo chamado Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) já seria uma forma de controlar e evitar abusos.

O próprio Conar diz que o código da entidade "proíbe o apelo imperativo de consumo infantil e propõe que os anúncios devam refletir cuidados especiais em relação à segurança".

O Conar é contra a resolução do Conanda, e diz que "a mão pesada do Estado é uma afronta à liberdade de expressão e vilipendia o direito de cada família brasileira criar seus filhos da maneira que achar correta".

A Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos) também emitiu nota dizendo que a medida "tira da criança o direito do acesso à informação".

Já a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), que representa empresas que realizam o licenciamento de produtos que usam imagens de personagens infantis, afirmou que o setor precisa "unir forças e atuar conjuntamente para defender nossos interesses".

Por outro lado, pais envolvidos no combate ao consumismo infantil comemoraram a medida, destacando o que acreditam ser a influência negativa da publicidade.

"É absolutamente positivo e um passo largo em direção à regulamentação", diz à BBC Brasil Anne Rammi, criadora do portal de conteúdo materno Mamatraca e mãe de duas crianças, de dois e quatro anos.

Ela se diz incomodada com a publicidade voltada ao público infantil, mesmo para crianças que, como seus filhos, não veem TV aberta ou a cabo.

"Mesmo sem TV, eles estão expostos o tempo todo a produtos licenciados, inclusive em embalagens de alimentos. Como explicar para uma criança de quatro anos que a salsicha que tem (um personagem infantil) na embalagem não é um produto legal? Tudo é voltado ao 'compre', 'consuma', e não é justo que nossa vida seja falar 'não' a isso o dia inteiro."

Rammi participará neste final de semana de um fórum da Rede Brasileira de Infância e Consumo, que debaterá a resolução.

"Em outros países, já começam a articular alternativas, de forma que anúncios sejam voltados apenas para o público (adulto) que tem discernimento."

O publicitário Renato Kaufmann, pai de uma menina de 5 anos, acha que a questão cria dilemas para emissoras dedicadas ao público infantil – muito dependentes de receitas publicitárias –, mas avalia que o objetivo da resolução do Conanda é "acertado".

"Como publicitário, entendo a necessidade de mercado, e me preocupa até que ponto o Estado brasileiro vai agir como babá. Isso abre precedentes (na interferência sobre) liberdades individuais", diz.

"Mas como pai, não acho necessários (os anúncios voltados ao público infantil); a criança não tem de ser apresentada a opções de consumo dessa forma, feitas com o objetivo de causar desejo e ansiedade pelas coisas que ela não pode ter."

Embate moral e jurídico

Para Pedro Affonso Hartung, advogado da ONG Instituto Alana e conselheiro do Conanda, a divulgação da resolução "foi um passo histórico no sentido de por fim aos abusos gerados na hora em que você direciona publicidade para o público infantil, se utilizando as vulnerabilidades das crianças."

O advogado defende que anúncios para crianças são injustos pois inflamam um sentimento consumista e tiram proveito de alguém que ainda está em desenvolvimento, portanto ainda não tem senso crítico formado para conseguir perceber o caráter persuasivo da publicidade.

"O Conanda fiscaliza com os olhos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)", explica Hartung. "E a resolução agora define mais especificamente o que já estava previsto no Código de Defesa do Consumidor de uma maneira mais geral."

Segundo o advogado, a resolução em si não apresenta as sanções, mas já está implícito que as punições serão justamente as previstas no Código.

No entanto, para a advogada Fernanda Kac, do escritório Fialdini Einsfeld, o fato de não ser explícita pode dificultar a aplicação da resolução: "O problema da resolução é que ela não traz uma penalidade vinculada."

Para Fernanda, em vez de uma ferramenta para tentar lhe ajudar determinar uma punição, a resolução pode ser encarada por um juiz como um novo problema, o de não poder aplicar uma pena sem indicação expressa, o que pode dificultar outros trâmites.


Para muitos analistas, a disputa jurídica sobre o tema deve fazer com que o desfecho do embate ocorra somente após o julgamento dos primeiros casos relacionados à publicidade direcionada para crianças.

[Fonte: BBC Brasil]

 

O GRIM convida para a apresentação da Dissertação de Mestrado Publicidade e Infância - Representações e discursos em uma arena de disputas de sentidos.

Dia 16 de maio, sexta-feira, às 15h.

No Bloco do curso de Comunicação Social da UFC (Centro de Humanidades II)

Sala de Redação.

Contato: Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo.

Participe!

cartaz brenda

 


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