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Children’s Media Conference 2014

cmc

Por Chermène Fisser, coordenadora da Free Press Unlimited

A Children’s Media Conference (CMC) aconteceu entre 2 e 4 de julho em Sheffield na Inglaterra. A organização planejou alguns workshops para produtores que querem aumentar seus conhecimentos. Em nosso trabalho pensamos que conhecemos muito sobre o que as crianças querem, mas, na verdade, nós somos tão adultos tanto quanto eles são crianças e adolescentes. Todos os participantes tiveram a chance de interagir com as crianças. Nós poderíamos perguntar a eles onde seus interesses estão, de que tipo de programas de televisão eles gostam, quais são os seus desenhos animados favoritos, aplicativos, jogos… Eles gostam de fantasia ou de programas de ação baseados na vida real? Qual é a matéria favorita ou a que eles menos gostam? Com quais temas eles se defrontam? Com esta linha de raciocínio, as coisas se tornaram muito claras. Depois dessas conversas, nós tivemos que fazer um personagem e pensar em um conceito de programa que fosse chamativo para as crianças, mas que tivesse um propósito educativo que as orientasse, mesmo que elas não soubessem disso.

O processo criativo foi trazido para nós, os adultos, pelo entusiasmo das crianças.

Nós tivemos que esboçar um episódio e as crianças deram um feedback sobre ele. O que eles gostaram e de que eles não gostaram? Foi uma grande experiência receber um feedback imediato de um conceito que você pensou para um programa televisivo. Um retorno desse jeito pode te apontar uma direção nova, você pode afinar seu caminho com o desejo e o olhar infantis. Com isso, você pode retornar ao seu plano e começar tudo de novo. Minha conclusão depois desse workshop foi que nós adultos deveríamos ouvir mais o que as crianças gostam, ao invés de decidirmos – por eles – o que eles devem gostar.

Além desta atividade, tivemos diversas mesas de discussões e pesquisas. E gostaria de compartilhar algumas ideias trocadas e algumas de minhas reflexões:

Mesa: Ficamos juntos ou acabamos com tudo: o futuro da transformação digital

Moderador: Jon Watts, MTM Londres

Debatedores:

Tina McCann, SvP e MD Nickelodeon Reino Unido e Irlanda

Rob McMenemy, CEO divisão international Egmont publishing

Alice Taylor, CEO MakieLab

Kate Wilson, Fundador e Diretor Administrativo Nosy Crow

O mercado de mídia infantil está mudando. Há algumas mudanças, mas as oportunidades estão se proliferando. As pessoas ainda confiam verdadeiramente na TV. As pesquisas nos mostram que assistir televisão tem a ver com a família e se considera um fato relaxante. Cada produtor pode produzir conteúdo, mas como você irá custear isso? Os gastos dos grandes players são altos. Eles têm os recursos para vender os produtos. Essa elevação para o digital é dura, mas ao mesmo tempo estimulante.

A divulgação comercial dos produtos é um desafio. Como emissora, você terá que encontrar caminhos diferentes para financiar um programa. Precisamos encontrar meios mais baratos de se entregar conteúdos de qualidade. As crianças se relacionam socialmente e fazem brincadeiras juntas. Se crianças querem ler um livro, eles ainda estão muito relacionados ao livro físico. O mercado de livros infantis ainda cresce ano a ano em 11%. A Amazon e a Apple são players maiores, mas os autores conhecidos se dirigem diretamente aos seus leitores digitalmente. As editoras apreciam criar experiências de leitura digital. O desafio aqui é o conservadorismo dos países.

Conclusões:

O enorme crescimento dos tablets foi sem precedentes. Os tablets vão ser mais importantes. Vai haver uma consolidação e uma fragmentação ao mesmo tempo.

As crianças irão criar as suas próprias mídias e suas comunidades. As telas se equiparam ao jogo e a leitura se equipara aos livros físicos.

Mesa: A paisagem educativa: mídia educativa

Moderadora: Kirsten Campbell-Howes, Co-Diretora LEgup e Edugameshub

Debatedores:

Christopher Bradford, Chief operating Officer & Head BrainPOP Reino Unido

Lewis Bronze, M.B.E., Diretor de Conteúdo e Co-fundador Espresso Education

Martin Finn, Diretor Administrativo, EdComs

Dr. John Potter, Leitor Senior, Departamento de Pós-Graduação em Novas Mídias e Educação, Tutor de Pesquisa do Instituto de Educação

Sinead Rocks, Acting controller BBC Learning

Phil Stuart, Co-FUndadaor Diretor Criativo Preloaded

Romana Thibaut-Ayeni, Diretor de Desenvolvimento de Produtos da Kaplan International

Sophie Thomson, Editor de Commissioning, Pearson

Christopher Thorne, professor de 2o ano da The Phoenix School, UCS Fundador da Mr Thorne Does Phonics

Julian Wood, Professor Assistente e de 3o ano da Escola Primária da Wybourn Community, Sheffield

O mercado educacional é um mercado pequeno, mas os professores são muito leais. O nível de serviço que você provê aos seus professores é essencial.

A educação já deixou de ser uma transação. Você está vendendo um serviço, auxiliando com currículos e construindo uma relação com os professores. Você estará constantemente experimentando, conversando e recebendo feedbacks. Isso te dá experiência, e o conteúdo é constantemente atualizado. Existem muitas mudanças no currículo, assim, portanto, enquanto isso se mantiver assim, você tem que responder às mudanças. Você tem que se atualizar, pois de outro modo os professores não vão poder usar seu conteúdo. Você precisa de professores e crianças para trabalhar com você. Procure fazer jogos de qualidade, aqueles que as crianças querem jogar e nos quais a parte educativa seja intrínseca. Minecraft é o maior jogo de todos os tempos, e é educativo. Os professores estão lá para ensinar e eles estão sob altas pressões para obter resultados, assim, o que o jogo tem para entregar?

Onde as telas existem, as crianças querem descobrir as coisas por meio dos jogos.

“A simplicidade é a sofisticação final”, Leonardo da Vinci

Se a tecnologia é boa, simples, de qualidade e bem sinalizada, os professores irão usá-la.

A tecnologia não vai substituir os professores, mas os professores que não usam a tecnologia irão provavelmente substituir aqueles que não a usam.

Você terá que entender o contexto em que os professores e as crianças trabalham. Os professores entendem como eles mesmos pensam e trabalham. Os professores não estão lá pela proximidade. Eles estão lá porque eles querem ensinar as crianças. Os desenvolvedores de software tendem a fazer o que querem e não se comunicam com os professores e crianças.

Mesa: Transmídia: onde eu começo?

Moderador: Richard Dinnick, roteirista

Debatedores:

Amanda Punter, Diretor de Edição Puffin Fiction

Claire Spencer Cook, Produtor de Desenvolvimento, Nexus Productions

Tony Reed, Produtor Executivo, Cbeebies In-house production

Anna Raferty, Consultor, Girl Effect

Phil Ford, Produtor Executivo Wizards vs Aliens (CBBC)

Divinia Knowles, COO & CFO, Mind Candy

Uma contação de histórias em diferentes plataformas, sem precisar colocar o mesmo conteúdo em diferentes plataformas, mas diferentes conteúdos interativos.

É a história que vai através dos diferentes dispositivos de mídia. Conteúdos em outras plataformas deveriam ser complementares aos programas televisivos.

Se você começar a fazer um modelo comercial sobre um formato você pode vender o pacote inteiro, mas você tem que começar com a intenção de contar a melhor história.

Não é apenas a produção que precisa ser bem sucedida. Se você se tornar digital, você vai ter um relacionamento direto com a sua audiência. Você vai ter que manter aquele relacionamento para sempre, porque se não a sua audiência vai te abandonar. As crianças querem engajamento constante.

Spine breakers é cocriadora de um website de livros feito por adolescentes e para adolescentes. É uma comunidade. É conduzida por um grupo de jovens. É uma plataforma para eles criarem conteúdos de fan-fiction. Eles escrevem os próprios finais para livros existentes.

Fan fiction é transmídia mas não é comercializada.

Você não apenas usa o on-line para transmídia. O marketing é bom, mas não é a mesma coisa que transmídia. Assim você vai ter que se perguntar o que vem primeiro, a história ou a plataforma?

Quando um artista cria uma peça ele tem um contexto. O artista sabe onde ele vai estar e cria a arte de acordo com o ambiente. Ele tem uma ideia do sentimento, impacto, imagem, história e pensamento do material que é apropriado a ele. Desse modo, a plataforma é ao mesmo tempo o contexto e o material. Ela tem que ser certa. Ela tem que ser o material certo para aquela história. Não precisa necessariamente funcionar para qualquer história. A plataforma muda e você tem que estar ciente de onde as crianças estão indo. As crianças se movem com rapidez. Você não pode tomar como certo o que você faz para uma plataforma. Você precisa saber onde as crianças estão indo. Não existe modelo ou template para uma estratégia de transmídia. Se você conhece bem a sua história e seu personagem, você entende o que a plataforma pode fazer pela sua história e personagem e, assim, esse é o momento em que você decide qual é a plataforma que vai ser melhor para você. Uma história é como uma árvore. Transmídia é como uma floresta na floresta, você pode tomar as diferentes árvores para se concentrar.

Pesquisas:

Pesquisa: Como os novos usuários encontram e compartilham entretenimento?

Nicki Karet, MD Sherbert Research

Peter Robinson, Dubit

O panorama de mídia corrente:

Maior fragmentação – mais conteúdo – mais plataformas

As grandes marcas ainda detém o maior potencial

É mais difícil ser encontrado e se destacar

Os hábitos de mídia das crianças estão mudando

Como as crianças encontram novas mídias sociais?

Recomendação de amigos e boca-a-boca

64% ouvem sobre novas coisas de amigos

A app store / googleplay. Eles estão escaneando páginas, screenshots e gráficos. É um processo de dois segundos e eles o deletam após alguns minutos, se não gostam dele.

O que, nós produtores de conteúdos, devemos aprender com as crianças?

Você tem apenas alguns segundos para fazer o contato. Use sinais visuais e seja conciso. Comunique ganchos importantes com agilidade.

Faça das recomendações a amigos uma ação muito fácil por meio de uma habilidade de compartilhar.

Por quais experiências eles estão procurando?

Diferenciação: constantemente nova e “fresquinha”

Exclusividade: distante de pais e autoridades e do mainstream

Popularidade: curtidas e compartilhamentos são “tudo”

Colaboradores: Eles são os consultores das produções

O que devemos aprender das crianças?

Fazer com que isso seja como uma festa particular, de modo que eles se sintam especiais. Fazer a informação vazar para outras fontes de informação.

Permitir a eles dar feedback e usar isso para melhorar.

Você consegue manter o “menos bacana” de fora?

O que as crianças compartilham na Mídia Social?

Facebook

Era legal, mas depois que as mães e as avós chegaram nele, ele se tornou renegado para ser um “organizador de eventos para adolescentes”.

YouTube

Você vai para uma coisa e acaba em um lugar totalmente diferente.

É tudo para todos, o que você preferir.

What’s App

É um chat constante, bom pertencer a ele e se manter atualizado. Sempre tem alguma coisa acontecendo ou para ler.

Instagram

É para ser visto.

Para minhas melhores fotos. Parece meio pessoal, parece que eles conhecem todas as pessoas que eles estão seguindo.

Esta na moda e é bom para experimentar. Eles se sentem julgados e rejeitados quando as fotos não são curtidas.

Twitter

É uma relação funcional.

É um lugar para se encontrar informação.

Nada é privado no twitter, qualquer pessoa pode te seguir

Vine

Fácil de compartilhar com amigos.

Vídeos engraçados que você pode assistir uma e outra vez.

Tenha uma seleção de seus viners favoritos.

Snapchat

Uma entrada para o eu cotidiano.

Captura do exato momento.

Parece mais especial como é apenas um tempo limitado.

Você não precisa se preocupar sobre aquilo estar lá no futuro.

O que nós precisamos aprender para ser “mais sociais”:

Melhorar os modos com os quais eles podem sublinhar a sua popularidade e o seu status.

Há algum modo de assegurar que é seguro compartilhar “no momento”?

Faça amigos e fique mais próximo do seu público-alvo.

Por meio de mídias sociais mais emotivas – leve em conta mais meios visuais.

Sendo real, honesto e transparente: não uma corporação.

Apague os posts que não criam burburinho.

Se comunique regularmente e de modo público.

Mantenha a energia e o dinamismo, as atualizações e permita o fluxo de novos produtos desenvolvidos.

Então o que as crianças nos ensinaram?

Seja exclusivo, colaborativo, e tenha uma mensagem clara e mantenha-a fresca!

Pesquisa: Rosa ou azul?

Identificação de gênero e direcionamento de gênero nos conteúdos do mercado da era digital

Moderador: Gary Pope, Kids Industries

Os pais são os primeiros dispositivos de identificação de gênero de seus filhos.

33% da noção de identificação de gênero vem da escola.

3 categorias que servem para determinar a identificação

Biologia: houve arquétipos por mais de 150.000 anos. Ainda na Idade da Pedra houve distinção entre homens e mulheres. Isso está inculcado em nós.

Aos 15 meses as crianças já entendem a classificação de identificação da identidade de gênero.

Sociedade inventada em rosa e azul.

Nos tempos vitorianos, meninos e meninas usavam branco.

As crianças entre 2 e 5 anos de idade usavam diferentes chapéus e roupas. Eles equilibravam as dimensões arquetípicas em suas personalidades eles mesmos.

Há medo por parte dos pais deles serem abusados e há os problemas decorrentes da homofobia.

Cultura: nas crianças de 18 meses “Bob, o construtor” começa a fazer sucesso. O “Homem-Aranha” entra a partir dos 4 anos. O gosto pelas princesas começa aos cinco anos. O tablet é um dispositivo neutro em gênero. Os meninos amam o app “The hair salon” (“O salão de cabeleireiro”), mas não brincam disso na vida real. Não existe tal coisa como o rosa e o azul nos tablets. As companhias de brinquedos e as corporações estão dividindo os meninos e meninas em estereótipos. O maior risco na identificação de gênero são as companhias de brinquedos. Eles não precisam de uma emissora como a Disney. Lego é uma companhia com valores familiares. Eles fazem 360 facilmente porque é baseado no jogar. Livros Lego, apps, brinquedos… tudo é 360 graus sem precisar ser estereotipado. O filme da Lego foi uma desilusão porque foi desenhado apenas para o estereótipo dos meninos. De acordo com Gary Pope, isso foi culpa da indústria cinematográfica americana.

Pesquisa: #FOMO (Fear of Missin Out, “medo de perder”, trad. livre)

Moderador: Alan Hathaway and Renuka Gupta Discovery Research

FOMO é a ansiedade de que um evento interessante ou estimulante pode estar acontecendo em outro lugar. Eles têm medo de perdê-lo.

As crianças ganham seus primeiros smartphones quando fazem 11 anos de idade. Assim que ganham, os apps das mídias sociais entram em vigor.

A primeira página do telefone tem os seguintes apps: instagram, twitter, tumblr, what’s app, Skype, youtube, pinterest.

Os de 8 a 10 anos de idade usam tablets. O conteúdo do ciclo da vida dessas crianças é: coletar, absorver, compartilhar e então ignorar.

Estão interessados em jogos, música, TV e filmes. Jogos devem ter uma plataforma de mídia social em app e as crianças devem ser capazes de subir os resultados de seus jogos no Twitter e no Facebook. Conteúdo é emprestado e não comprado. Spotify é um app musical muito popular.

As crianças ainda gostam das cartas e são capazes de encontrar novos artistas, músicas e de serem compartilhados pelo app.

Youtube é a fonte de informação mais acessada e divertida. “Os conteúdos me encontram, eu não os encontro.” O Google encontra as soluções de lição de casa se a busca do youtube falha. O mecanismo tradicional de busca está morto. O browser móvel é apenas uma app nadando no oceano de apps.

Ninguém gosta de estar no vácuo. Todos queremos ser parte da conversa. Eles querem que as marcas escutem o que eles têm a dizer.

Houve uma mudança entre estar conectado 24 / 7 para estar em evidência 24 / 7.

Facebook é onde todas as pessoas mais velhas estão. É muito velho e as crianças não a usam mais.

A vida é vista por meio de uma tela. “Eu estarei em uma festa e todos nós postaremos várias fotos no Instagram e twitaremos sobre elas, ainda que estejamos todos lá. Quero que todos gostem das minhas fotos mesmo um segundo depois dela ter sido postada.” # (hashtag) não é uma moda, mas um novo modo de viver e de acompanhar a vida.

Pesquisa: Se tornando digital

Martina Chapman, Senior Research Manager, Ofcom

Ofcom conduziu uma pesquisa de letramento de meios para medir o uso da mídia e as atitudes feitas por crianças de 3 a 15 na TV, rádio, internet, dispositivos móveis e jogos no Reino Unido. Tablets são uma obrigatoriedade . O seu número dobrou em um intervalo de anos. 44% das crianças entre 8 e 11 anos do Reino Unido estão usando tablets.

A posse dos aparelhos celular é a mesma em 5 anos. Houve um diminuição do uso de telefonia móvel e um acréscimo generalizado nos smartphones para crianças entre 12 e 15 anos de idade. 84% do acesso entre 5 e 15 anos inclui internet em casa e a internet é majoritariamente usada em um aparelho móvel como smartphone ou tablete, houve um decréscimo considerável no uso de laptops ou desktops.

Atividades online top no ano de 2005:

Escola / lição de casa

Jogar

Atividades online top em 2013:

Escola / lição de casa

Jogar

Socializar

Entre as crianças de 8 a 11 anos:

uma em cada cinco não gosta de ver coisas na TV que são para crianças mais velhas ou que fazem elas se sentirem tristes, assustadas ou envergonhadas.

Entre as crianças de 12 a 15 anos de idade:

uma em cada dez estão preocupadas sobre as coisas ruins que as pessoas escreveram sobre elas ou as fotos que foram colocadas em suas páginas de perfil.

50% dos pais pensam que seus filhos sabem mais que eles sobre internet.

Mais da metade dos pais estabelecem regras sobre uso da internet.

Mais de seis em cada dez pais usam algum tipo de mediação técnica: controles, configurações de busca segura, modo de segurança do youtube etc.

 

[Fonte: ComKids]

 

Campanha dialoga com crianças para promover autoproteção e orientação sobre abuso e exploração sexual

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Por: Yuri Kiddo, com colaboração de Juliana Sada, do Promenino com Cidade Escola Aprendiz

 

Em período de megaeventos como agora, com a Copa do Mundo acontecendo no Brasil, cresce a preocupação e o número de denúncias sobre violações de direitos das crianças e dos adolescentes. Pensando nisso, a Rede Marista de Solidariedade, em parceria com a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), criou a campanha “Defenda-se”, focada na autoproteção e orientação direta para crianças sobre abuso e exploração sexual.

Para a campanha foram produzidos seis vídeos, com linguagem direcionada a meninos e meninas de 5 a 11 anos de idade, abordando situações que podem levar a um contexto de violência sexual. Também são dadas dicas simples de como a criança pode se defender, por exemplo não fornecer informações pessoais a estranhos, tomar cuidado com as fotos que compartilha na internet e saber identificar se qualquer pessoa – mesmo que seja da própria família – estiver tocando indevidamente seu corpo.

“Caso isso ocorra, a criança precisa saber que tem direito de ser protegida e que deve relatar a alguém de confiança, como uma professora ou outro familiar. Ou então ligar no Disque 100, para que a rede de proteção seja acionada”, ressalta o articulador do Centro Marista de Defesa da Infância (CEDIN), Douglas Moreira, também articulador do Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente no Paraná (Fórum DCA/PR). “Havia uma lacuna de materiais que falassem diretamente com as crianças, fomentando sua autoproteção. Aproveitando o momento da Copa, mas não se restringindo a ele, os vídeos partem do contexto do futebol e apresentam o ‘Time da Defesa’, formado pelas próprias crianças que aprendem e ensinam outras crianças a se defender”.

A ideia é que o “Defenda-se” não fique somente no Youtube, mas que sirva como material para ser trabalhado nas escolas, instituições e também para conversas em família, promovendo o debate sobre autoproteção e direitos entre as crianças. “Os materiais foram publicados em todos os canais da Rede Marista de Solidariedade e estão sendo repercutidos por diversos órgãos”, explica Moreira. Os vídeos ainda serão utilizados nas atividades socioeducativas desenvolvidas com crianças nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) em Curitiba durante a Copa.

 

[Fonte: Portal Promenino]

 

Alimentação e publicidade infantil

alimentação

Em todo o mundo, segundo a Federação Mundial de Obesidade – FMO, há mais de meio milhão de pessoas obesas, a maioria delas nos Estados Unidos, China e Brasil. Entre as causas de doenças crônicas não-transmissíveis, as dietas não saudáveis já superam o cigarro e, por isso, organizações internacionais de defesa entendem que os maus hábitos alimentares precisam ser combatidos da mesma forma como é combatido o tabagismo.

No Brasil, a Resolução 163 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda considera abusiva toda publicidade voltada ao público com idade inferior a 12 anos. No entanto, o que se verifica é o não cumprimento da norma. “As consequências negativas dessas estratégias de comunicação mercadológica dirigidas às crianças são muito sérias, sobretudo pelo estímulo ao consumismo, materialismo, estresse familiar, além do excesso de peso”, diz Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana, entidade que promove o projeto Criança e Consumo, em apoio a medidas que buscam a regulação da publicidade de alimentos dirigida ao público infantil.

Confira, a seguir, entrevista com *Ekaterine Karageorgiadis sobre a relação entre publicidade infantil e os maus hábitos alimentares.

VIA Blog – A publicidade dirigida à criança influencia o consumo excessivo de alimentos inadequados?

Ekaterine Karageorgiadis – Tendo em vista que os hábitos alimentares se formam na infância, e são mantidos até a idade adulta, busca o mercado atrair, desde muito cedo, as crianças ao consumo habitual de seus produtos por meio de diversas ações de comunicação mercadológica especialmente dirigidas a elas, caracterizadas pelos elementos de seu universo como personagens, jingles, celebridades, cores, formas atraentes, cenários lúdicos, presença de crianças, etc. Essas estratégias, além de ilegais e antiéticas, são inegavelmente prejudiciais às crianças porque se valem de sua pouca idade, e, consequentemente, do momento de desenvolvimento biopsicológico em que se encontram e de sua natural credulidade, para convencê-las a desejarem determinados produtos e serviços. As crianças passam, assim, a atuar como promotoras de vendas das marcas frente a seus pais e responsáveis, para que comprem o que elas pedem.

VIA Blog – E quais as consequências?

E. K. – As estratégias de comunicação mercadológica comumente adotadas têm efeitos diretos sobre a saúde da população, sobretudo a infantil. Verifica-se, atualmente, um meio ambiente obesogênico caracterizado pela grande oferta de produtos alimentícios com altos teores de sódio, gorduras, açúcares e bebidas de baixo valor nutricional, considerados não saudáveis se consumidos com habitualidade e em excesso. É o caso, por exemplo, de guloseimas, fast-food, biscoitos, macarrões instantâneos, salgadinhos, refrigerantes, bebidas adoçadas, entre outros produtos. Por atrair as crianças, as empresas se utilizam de personagens que introduzem produtos e marcas nas escolas, desenhos do universo infantil estampados em embalagens de produtos, oferta de brinquedos com alimentos como cereais matinais e lanches de fast-food, jogos de internet que envolvem biscoitos e refrescos, ações de merchandising em programas de televisão infantil, além dos tradicionais anúncios de televisão e rádio.

VIA Blog – Pode-se dizer que isso tem impactado a cultura alimentar da população?

E. K. – Essa realidade, associada à falta de informação adequada dos adultos sobre as reais características dos produtos alimentícios ofertados, é um dos fatores da transição nutricional da população brasileira, ou seja, as famílias dedicam menos tempo ao preparo dos alimentos, e têm maior necessidade de se alimentar fora de casa, principalmente nos grandes centros urbanos. Assim, passam a substituir alimentos frescos e típicos de sua dieta tradicional por alimentos prontos para o consumo, embalados, saborosos e palatáveis, considerados não saudáveis quando consumidos em excesso, e fortemente anunciados, especialmente para crianças.

VIA Blog – É correto afirmar que há uma crise de obesidade infantil?

E. K. – A obesidade e o sobrepeso infantis são considerados uma epidemia. Segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, em 2008 o excesso de peso atingia 33,5% das crianças de 5 a 9 anos, sendo que 15% delas estavam obesas. A pesquisa revelou ainda que em 34 anos o excesso de peso infantil aumentou consideravelmente: passou de 10,9% em 1974-75 a 15% em 1989, chegando a um terço das crianças em 2008-2009.

Não se pode negar que se trata de uma questão de saúde pública, que deve ser revertida, pois o excesso de peso e a obesidade passam a afetar pessoas a partir de 5 anos de idade em todas as faixas de renda e regiões do país, o que revela a transição nutricional que afeta a população. O problema hoje deixa de ser exclusivamente a desnutrição associada a baixo peso, e passa a ser o excesso de peso decorrente da má-nutrição, que traz como consequências uma série de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer, em pessoas cada vez mais jovens.

VIA Blog – Quais os objetivos do documento “Recomendações para uma Convenção Global para proteção e promoção de dietas saudáveis”?

E. K. – Esse documento, lançado na Assembleia Mundial da Saúde, principal órgão decisório da Organização Mundial da Saúde, é uma iniciativa da World Obesity Federation, representada por mais de 50 associações sobre a obesidade, e a Consumers International, organização que reúne 240 instituições de defesa do consumidor em 120 países, dentre elas o Instituto Alana. Seu objetivo é convocar a comunidade internacional para que se chegue a uma Convenção Global de combate a doenças relacionadas à alimentação, da mesma maneira que aconteceu com a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco. Isso porque, atualmente, dietas não saudáveis já superam o cigarro no ranking de causas globais de doenças crônicas não-transmissíveis – DCNT.

VIA Blog – Qual o cenário no Brasil?

E. K. – No Brasil, segundo consta do Plano de Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, plano plurianual válido de 2011 a 2022, as DCNT são um problema de saúde de grande magnitude, e correspondem a 72% de causa de mortes, tendo havido um acréscimo das taxas de mortalidade por diabetes e câncer na última década. Dentre os fatores de risco apontados, estão o consumo de alimentos com alto teor de gordura e de refrigerantes em cinco ou mais dias por semana. Certamente as enfermidades mencionadas prejudicam não só a vida das pessoas e de suas famílias, como também geram gastos expressivos ao sistema de saúde pública do país. Pesquisa recente indica que 488 milhões de reais são gastos anualmente apenas para tratar as doenças associadas ao excesso de peso, o que poderia ser evitado.


*Ekaterine Karageorgiadis, advogada da área de Defesa do Instituto Alana e conselheira do CONSEA – Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

 

[Fonte: Bernardo Vianna / VIA Blog]

 

Facebook pensa em "legalizar" as crianças

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Embora o Facebook vete a adesão de usuários menores de 13 anos ao seu sistema, sabe-se que tal regra não impede que jovens de todo o mundo façam seu cadastro na rede social. Ciente dessa irregularidade, o Facebook pretende criar um mecanismo para aceitar esses jovens em sua rede, de forma legal.

 

Em um pedido de patente arquivado em novembro de 2012 – e que se tornou público na semana passada – a rede social descreveu um sistema que permitiria aos pais autorizar e supervisionar as contas dos filhos na rede social, de acordo com a Lei Infantil de Proteção e Privacidade Online. A regulamentação determina quais sites e aplicativos podem coletar dados de crianças menores de 13 anos, com base no consentimento dos pais.

 

A rede de Mark Zuckerberg vem demonstrando preocupação com esse aspecto desde junho de 2012, quando começou a testar maneiras de articular as contas das crianças aos perfis de seus pais, para que eles pudessem aprovar a inclusão de aplicativos e de novas amizades. Para a rede social, manter esse público jovem dentro de seu sistema tornou-se uma missão estratégica, sobretudo em um universo que dispõe de um leque variado de comunicadores, como Spachat, Twitter, WhatsApp, Instagram e outros.

 

Uma pesquisa da Consumer Reports realizada ainda em 2012 estimava que 5,5 milhões de crianças tinham um perfil no Facebook. Pela facilidade em alterar a data de nascimento na hora de fazer o cadastro, a adesão do público menor de 13 anos à rede social sempre foi alta. O desenvolvimento de uma ferramenta de monitoramento teria, portanto, a intenção de estabelecer um certo controle da utilização da rede social por essas crianças e jovens.

 

Em um comunicado divulgado ao mercado no dia 31, o Facebook disse que o pedido de patente não indica que a companhia focará seu negócio no público infanto-juvenil. “Defensores de segurança infantil, políticos e empresas tem discutido sobre as melhores maneiras de ajudar os pais a manterem as crianças em um ambiente online seguro. Como qualquer outra companhia responsável, nós buscamos maneiras de resolver essa questão, mas um pedido de patente baseado em uma pesquisa de dois anos atrás não indica a realização de trabalhos futuros nessa área”, disse uma porta-voz do Facebook.

 

Com informações do Advertising Age.

[Fonte: Meio&Mensagem]

 

Crianças fortes, formatos inovadores

Crianças nas telas: personagens fortes, verdadeiros e bem construídos! Este foi um dos destaques do Prix Jeunesse International, festival que acontece em Munique, Alemanha e que acaba de comemorar 50 anos de existência. De 1968 até os dias de hoje, muitas foram as produções premiadas que marcaram o panorama dos programas infantis no mundo. Desta história, podemos ver um grande avanço na apresentação e representação das crianças e adolescentes em conteúdos audiovisuais feitos especialmente para eles.

Entre tantas atividades de comemoração do seu aniversário, o Festival fez uma seleção de produções que, historicamente, tiveram mais impacto e, com a ajuda de um corpo de júri de mais de 150 especialistas de todo o mundo, premiou os melhores de todos os tempos. Entre eles estão: o “Sesame Street” – PBS, EUA (anos 70), “Teletubbies” –  BBC, Inglaterra (anos 80), “The Magic Tree”- Polônia (anos 2000), “Horrible Stories” – CBBC, Inglaterra (anos de 2010) e “The Gruffalo” – Cbeebies, Inglaterra.


Em cada edição, o Festival escolhe uma temática de discussão. O universo das emoções adoçou as conversas e ainda ofereceu prêmio especial este ano.


Protagonismo

Meninos e meninas mostraram sua importância e participação na construção e no rumo das histórias, causando grande empatia e impacto, seja pela força de seu caráter, seja pela habilidade dos diretores na condução, assim como também por excelentes narrativas, provocadoras de todo o tipo de sentimentos: os brasileiros Pedro e Bianca; Libko, um menino Mapuche do Chile (em ¿Con que sueñas?); Burka Avenger, uma super heroína do Paquistão; Mimoun, um migrante muçulmano na Europa; Sarah (do “Sarah & Duck“), Topsy e Tim, personagens ingleses; Masha e seu Urso, da animação russa; e Carola (do “Good Night, Carola”), personagem retirada da literatura infantil alemã. Todos eles e muitos outros estimularam alegria, ternura, medo, fazendo a audiência rir e até, em alguns momentos, se entregar a algumas lágrimas.


Tempos difíceis

Como peso deste complexo mundo em que vivemos, entramos em contato com temáticas densas nos programas finalistas. Novas estruturas familiares, culturas que se cruzam, a crise econômica e situações financeiras agravadas e, muitas vezes, mostradas desde o âmbito familiar, as relações plurais e complexas das sociedades multiculturais, o bullying, os medos, a violência, segurança, as primeiras vivências da sexualidade e as questões de tolerância. Situações em torno desses assuntos apareceram evidenciadas nas histórias dirigidas praticamente a todas as faixas etárias.


Os criadores e roteiristas estão cada vez mais atentos para mostrar e tratar temas difíceis que afetam a vida cotidiana das crianças e adolescentes. Familiares próximos com Alzheimer, abuso sexual, inclusão de crianças portadoras de síndrome de Down, crianças com câncer. Todas as situações delicadas foram tratadas com muito cuidado. Os produtores estão utilizando melhores técnicas artísticas para sensibilizar e inspirar emocionalmente o público. Uma diversidade de gêneros e formatos também estiveram presentes entre as categorias de ficção e não ficção.


Não houve exagero, nem excesso de apelos para o melodrama e pudemos reconhecer nas histórias “a voz” , o lugar da criança e do jovem, e a busca de seus sentimentos e expressões. Isso pode ser visto em: “My Father”- VPRO, Holanda,“My life: breaking free”- CBBC, Inglaterra, “Hair Story” – IBA, Israel,”Leve me para Sair” – Coletivo Lumika, Brasil,”Commuter Kids” – DR, Dinamarca, entre outros.


As gerações se cruzando nas relações entre Pais e Filhos

A presença dos pais (e de adultos, de uma forma geral) nos programas infantojuvenis sempre inspiram atenção, no que se refere a seu tratamento. Como retratá-los e envolve-los nas histórias de forma contextualizada, sem que o peso da autoridade e da sabedoria dos mais velhos demonstre arrogância e superioridade. Por um outro lado, há casos em que a figura paterna acaba ou então cai no extremo de ser ridicularizada. Neste ano, destacando uma certa novidade, muitos programas colocaram a relação entre pai e filho(a) como essência da história contada, retratando as mães num contexto de mais naturalidade.  Os insistentes modelos de pai foram construídos com honestidade, trazendo, às vezes, uma pai displicente – e até um pouco bruto – e mostrando que o famoso “pai herói “, o pai perfeito não existe e que todos podem errar.  Foi o caso da interessante ficção “The Survival Trip” (DR, Dinamarca), ”The Boy Who Tought he was good enough the way he was”(KRO, Holanda),”Guess How much I love you” (KIKA, Alemanha) e “The Summer withDad” (NRK, Noruega).


“Guess How much I love you”- KIKA, Alemanha


Esportes e competição

Com certa sintonia com o futebol e com os esportes, vale a pena destacar um dos mais inovadores programas, que alcançou o prêmio de excelência na categoria 7 -11 Ficção. “The Games” (foto do destaque), uma série norueguesa que narra momentos decisivos da vida de um garoto de 11 anos. Com narração de dois comentaristas, numa linguagem própria da narração de futebol, a produção mostra cenas do cotidiano de meninos e meninas dessa faixa etária. Ágil, dinâmico, criativo, o programa premiado envolveu a audiência votante do Festival, que reagiu entusiasmada a cada “lance” da história do garoto que estava a um passo de fazer sua primeira conquista amorosa.


A Noruega também levou o prêmio da categoria 7-11 Não Ficção com o “All-Round Champion!”da NRK (TV pública). A série também tem o esporte muito presente, mostrando as dúvidas, conquistas, desafios e frustrações inerentes das competições esportivas. Num formato reality, com uma câmera dentro da ação e uma edição envolvente,vemos momentos de muita emoção e coragem de um grupo de crianças que, de forma muito espontânea, expressou seus medos e conquistas.


Não ficção e os modos de fazê-la

A categoria 7-11 não ficção teve o maior número de inscrições e finalistas.  Fato inédito que indica dedicação e desenvolvimento da linguagem documental para as crianças desta faixa etária. Pela variedade de formatos das produções analisadas, percebe-se uma grande experimentação de técnicas utilizadas para se aproximar e trabalhar com crianças, criando ou recriando ambientes propícios para se contar uma história verdadeira, mantendo o máximo de elementos reais, com uma dedicação para captar a espontaneidade das crianças nas mais diversas situações. Nem sempre o resultado foi o melhor, mas a procura existe e muitos alcançaram os objetivos.

Casting, roteiro, técnicas de entrevista, câmera na mão das crianças e edição foram tema de discussão nos grupos de moderação, mostrando como seqüências obtidas além do roteiro e planejamento prévios, contribuem para a construção das histórias. Um exemplo foi o programa “Bente’s Voice” – (VPRO, Holanda), que apresenta os bastidores do “The Voice Kids”, mostrando a manipulação deste tipo de concurso que tanto atrai meninas e meninos e os dilemas da Bente nesta situação. “Cultural Shock”- (RAI, Italia), “¿Con que sueñas?” – (TVN, Chile), “I Got It! Jumper Boys” (People’s Television Network – Filipinas), “Friends of Nature” – (DR, Dinamarca) e “The Hideout” – (KRO, Holanda) também foram nesta direção.


Revistas informativas e telejornais infantis

Muitos programas noticiosos ou informativos estiveram entre os finalistas, o que caracteriza uma tendência cada vez maior de se produzir telejornais para crianças com fatos e atualidades, porém com linguagem e formato acessível à audiência infantil.

Imediatamente as perguntas que surgiram foram: o que seria uma notícia para crianças? O que elas querem ou devem saber? Até onde devemos explicar? Qual enfoque devemos dar a fatos políticos, por exemplo, ou mesmo a catástrofes naturais e tragédias violentas?

Alguns programas como “Hard Times”(CBBC, Inglaterra) e “UltraNews” (DR, Dinamarca) acreditaram que ter um adulto mediando os fatos é um caminho seguro, mas nem todos concordaram com essa linha. “Vitamin News” (Thai Public Broadcasting Service, Tailândia) e “Programas inteligentes com adolescentes – PICA” (Nicobis, ATB Red Nacional, Bolívia) que, de alguma forma, colocaram as crianças em primeiro plano, como repórteres, apresentadores de temas que afetam diretamente as crianças. Tudo isso foi questionado nas moderações e discussões do Festival.


“Programas inteligentes com adolescentes – PICA” (Nicobis, ATB Red Nacional, Bolívia)


A primeira infância e os programas dirigidos às crianças de até 6 anos

Como as mudanças provocadas pelo avanço da tecnologia estão influenciando o desenvolvimento infantil? Seriam diferentes crianças nascidas na era digital? Será que o ritmo da curiosidade delas foi afetada pelo excesso de estímulos? Como chegar perto dos pequenos, respeitando o seu tempo ? Essas são perguntas que certamente afetaram os criadores de programas dirigidos a essa faixa etária.

No grupo de programas finalistas de pré escola conferimos formatos inovadores. O belo programa de Filosofia “What´s the Big Idea” (Cbebbies, Inglaterra) e a série de matemática “Peg + Cat, The Beethoven Problem” (PBS, EUA) mostraram o quanto devemos tratar com seriedade essa faixa etária, desafiando a audiência, sem respostas prontas, oferecendo desafios em tons de perguntas. “Friends of Nature” (DR, Dinamarca) foi mais longe, dando tarefas e responsabilidades aos pequenos, sem auxílio de adultos, estimulando a autonomia infantil.

Os formatos mais clássicos também continuam a ser produzidos de forma simples, simpática e acolhedora como “Tumblies”(KRO, Holanda) e “Camusi,Camusi” (Señalcolombia). Com objetivo de ensinar, repetindo conceitos e informações mais de uma vez,  convidando  a audiência a aprender  temas como formas geométricas, números, sons.


América Latina na competição


Com 13 conteúdos finalistas, representando agora 8 países, competimos com estilo e qualidade na versão internacional do Festival que o comKids realiza aqui no Brasil. O crescimento é notável nas últimas décadas e é sinal de trabalho, criatividade, qualidade e investimento. Festivais e eventos de formação espalhados pelo continente foram fundamentais para que acontecesse esse desenvolvimento. A presença da América Latina, sua participação, sua contribuição e perspectiva nos debates foi percebida, elogiada e premiada. Animações, dramas em live-action, programas de não-ficção oriundos da Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Equador e México demonstram uma profissionalização do setor na região e seguir para coproduções com a Europa e os Estados Unidos. Pedro e Bianca (TV Cultura, Brasil), Leve-me para Sair (Coletivo Lumika, Brasil ), Te Re-creo tus noticias (Canal Capital, Colômbia), ¿Con que sueñas? (TVN, Chile) e Cuentos de Viejos (señalcolombia, Colômbia) subiram ao pódio com muito orgulho. A série brasileira da TV Cultura levou o troféu de melhor ficção para jovens de 12 a 15 anos.


Te Re-creo tus noticias (Canal Capital, Colômbia)


Cuentos de Viejos (señalcolombia, Colômbia)

 

[Fonte: ComKids]

 


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