Pluralidade de sentidos e capacidade de transformação
Publicado originalmente por: ComKids
Por Vanessa Fort e Daniel Leite
Flexível: aquilo que não se dobra facilmente, que não é rígido, que não se sujeita a normas estritas. Esse é o conceito por trás da iniciativa argentina Flexible Lab, que mescla arte e tecnologia para a formação de crianças. A ideia é a de transitar pela pluralidade de sentidos e pela capacidade de transformação, proporcionando espaços de criatividade em um laboratório multimídia que articula arte, tecnologia, educação e diversos processos. O conceito “flexível” do núcleo une o experimental e o lúdico, trazendo para as crianças a possibilidade de manipular engenhocas tecnológicas e construir suas próprias narrativas e animações. Sob a coordenação de Mikaela Puigm (diretora de arte e criativa) e de Gerardo Della Vecchia (licenciado em artes eletrônicas), as atividades funcionam em regime complementar às atividades escolares, muito embora alguns dos meninos e meninas que frequentam o lugar prefiram que o Flexible Lab à escola deles.
Abaixo, uma entrevista com Mikaela Puigm, concedida ao portal comKids.
Conte um pouco sobre a construção do conceito das atividades do Flexible Lab, da sua experiência e das inspirações para o trabalho com crianças e adolescentes.
Flexible se apresenta como um espaço em constante mudança. Nada do que acontece ali tem o mesmo formato com o passar do tempo. A partir dessa substância é que se evoca a dinâmica de trabalho de laboratório, tanto pelo desenvolvimento de conteúdos gerados pela equipe de coordenadores, como pelo grupo de participantes que, ao adotar as propostas a partir de seus olhares pessoais, conseguem fazer com que os resultados sejam particulares e muito diferentes entre si.O desenvolvimento de conteúdos gerado para o laboratório anual parte da ideia de construir “objetos de pesquisa” tão interdisciplinares quanto possível para que o grupo que o recebe parta de um elemento comum que é o projeto ou módulo que será trabalhado, e por sua vez cada criança possa adotá-lo à sua subjetividade, gosto e interesse pessoal.A inspiração para o desenvolvimento dos conteúdos parte da necessidade de oferecer um trabalho que una as crianças às várias disciplinas artísticas que compõem a arte e seus processos específicos de forma a romper com a ideia de conhecimentos separados e estancados, proporcionando a possibilidade de repensar, inclusive, o que é uma disciplina artística e encorajando-nos a trabalhar com tudo aquilo que nos sugira uma forma interessante para criar e experimentar com elas sem estar sujeito às formas pré-estabelecidas do mundo da arte tradicional.
Seria maravilhoso saber como as atividades estão organizadas e sua relação com cada faixa etária.
As atividades estão diretamente relacionadas com a construção do projeto. Se ele tiver características complexas e, provavelmente, se colocar como uma extensa experiência que levará muito tempo, ele estará composto de várias fases de trabalho, que se irão cumprindo gradualmente. Por outro lado, se a experiência for mais delimitada, pode ser que seja desenvolvida em uma única fase de trabalho. Ou seja, que não é o mesmo que aproximá-los (por exemplo) de um trabalho de cinema de animação onde você deve passar pela tarefa de pensar o roteiro, fazer o cenário, figurino, aprender a usar o software para animar, aprender a animar, editar, fazer o desenho de som etc, que ter uma experiência eletrônica onde se pretende confeccionar um dispositivo sonoro ou mecânico e você só trabalha em função dessa instância. Quanto às idades, por um lado, a ideia é que todo ano ofereçamos às crianças diferentes experiências, pois há muitas que continuam no Lab. E é nossa responsabilidade gerar um crescimento pessoal e artístico em seus processos. Para a faixa etária de 5 a 12 anos, os conteúdos são desenhados, organizados e administrados pela coordenação, enquanto que para os adolescentes, o que fazemos é gerar um número de possíveis projetos, de modo que, após uma primeira reunião com eles, eles próprios possam escolher o que desejam aplicar durante o ano.
As atividades estão organizadas entre as artes visuais, as artes interativas e digitais. Faz muito tempo que os avanços conceituais, experimentais e tecnológicos das linguagens eletrônicas já passaram por mudanças: há uma ideia de mercado – e o quanto que a organização de algumas mídias estão submetidas a ele – assim como das experiências poéticas e estéticas. Como é o pensamento de vocês em relação a isto, e quais são as ideias e conceitos que fazem deste projeto algo tão bonito?
Há algum tempo, quando a Flexible chegou como uma proposta artístico-pedagógica, ela costumava ser mencionada pelo trabalho interessante de fazer com que as crianças saíssem do papel de “usuários de tecnologia”, já que parte da nossa ação se encontra em abrir os dispositivos tecnológicos e expor as crianças a responder a um mercado que teima em estabelecer a ideia de que os dispositivos tecnológicos só podem ser utilizados da forma e sob o sentido para a qual foram desenvolvidos, propondo a eles jackear a “utilidade” do mesmo e levá-lo para o campo da “experimentação” desse dispositivo, embora eu sinceramente ache que, para além deste conceito, a Flexible se propõe a algo ainda mais complexo que é fazer com que as crianças fujam do papel de “usuárias de ideias” e torná-las parte de uma cadeia de pensamentos, onde sejam elas e a partir delas que abordem conclusões sobre os processos, formas de trabalho e, finalmente, resultados. O que para o meu modo de pensar, é a única maneira de que comecem a entender o que significa criar uma linguagem artística pessoal.
Seria interessante saber como é a ideia – e o desenvolvimento – da experiência artística compartilhada, vivida em grupo, que potencializa a inspiração coletiva.
Um dos aspectos mais importantes que envolve o trabalho que está sendo feito coletivamente na Flexible, além do que já sabemos sobre a importância de compartilhar, dividir tarefas e aprender a organizar isso em conjunto, tem a ver com o fato de que, ao trabalhar coletivamente, acabam sendo expostos à situação de ver como o outro colega trabalha, sua forma de pensar e resolver situações, que embora sendo um contemporâneo, a outra pessoa o faz de forma diferente, e isso faz com que muitas vezes se tome essa forma como parte do aprendizado pessoal desconstruindo o mito de que você só pode aprender com o professor ou com um coordenador, que tem a hierarquia do “aquele que sabe”.
O contato das crianças com a arte como experiência estética tem força potente na construção do poético do cotidiano infantil, que está muito conectado com a vida delas e suas brincadeiras. Quanto da experiência da linguagem da Flexible tem relação com esta natureza da infância?
Eu gostaria de acreditar que tem muita. Eu sinceramente acredito que você nunca sabe quanto peso tem as experiências dos devaneios da infância, mas, paradoxalmente, estamos compostos por uma sucessão de acontecimentos que ocorreram neste período vital e que, certamente, nos constituem hoje.Quanto ao que é pertinente à Flexible, eu acho que reúne as qualidades necessárias para gerar nas crianças uma abertura do seu potencial como atores de suas próprias questões, independentemente da disciplina artística que se projeta em tal acontecimento e que esse é o valor mais poderoso que tem para oferecer: aproximá-las da possibilidade de redefinir, de acordo com seus gostos e interesses pessoais, a noção de prática artística.
Como a sua vida de artista está relacionada com o projeto? Seria interessante saber sobre os outros profissionais envolvidos.
De alguma forma, eu acho que o que mais envolve meu lado artista ao meu lado diretor da Flexible está na forma de olhar: certo charme para decifrar o que eu ainda não sei, mas eu reconheço que investigar a sua forma pode ser interessante; o prazer pelos processos e certa obsessão por olhar as coisas por outro lado, ou seja, não se contentar pela convenção do estabelecido e me desafiar a pensar “e o que aconteceria se isso fosse diferente?” A partir daí eu reflito, me mexo, faço, paro e começo de novo. Acho que a equipe Flexible tem muito isso: cada um, em sua área, é apaixonado pelo que faz e não descansa nos formatos existentes. Assim, é muito fácil na hora de desenvolver os conteúdos ou de discutir algum caso pedagógico específico, começar a partir da profundidade das coisas para a periferia dos seus resultados.
Quais foram os melhores feedbacks que já tiveram e que lhes deu a certeza de que o caminho e o coração do projeto era lindo e estava sintonizado com as crianças? Já tiveram um depoimento especial nesse sentido? Como vocês observam isso no processo?
Eles são muitos e variados: há alguns que permanecem desde o primeiro dia e ano após ano notamos como o seu modo de fazer as coisas está estreitamente alinhado ao aspeto mais conceitual do laboratório, quando alguns pais nos dizem que não querem saber do colégio (tradicional), eles esperam que chegue o dia do Flexible, quando vemos que eles mesmos trazem material de trabalho, de casa, afirmando o trabalho gerado no Lab. Também tem consequência no cotidiano, quando ouvimos eles conversando entre si e demonstrando o quanto eles gostam de estar lá e, acima de tudo, quando reconhecemos a sua marca pessoal em seus processos. Para concluir esta resposta posso citar uma conversa que uma mãe me contou:
_Chiara (então com 9 anos de idade, agora com 12 e ainda faz parte do Flexible):
Mamãe, a educação está muito errada!
_Mãe:
Por que, filha?
_Chiara:
Porque está ao contrário
_ Mãe:
Como assim ao contrário?
_Chiara:
Sim mãe, ao contrário porque deveríamos ir todos os dias para a Flexible e um só pra escola. Não todos os dias à escola e um só para a Flexible, se na Flexible aprendo muito mais! (Risos)
Malala critica falta de ação no caso das meninas nigerianasPublicado originalmente por: EBC Por Agência Lusa Londres, fev (Lusa) – A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, prémio Nobel da paz, pediu no ultimo domingo (8) mais esforços para a libertação das alunas nigerianas sequestradas desde abril de 2014 pelos islamitas do Boko Haram. Na sua página da internet, na altura em que passam 300 dias sobre o sequestro em Chibok, Malala criticou a “pobre” resposta à situação, acrescentando que se os pais das meninas fossem influentes política ou economicamente “muito mais teria sido feito para as libertar”. “Como são originárias de uma área pobre do noroeste da Nigéria pouco se alterou desde que foram sequestradas”, lamentou a jovem, opositora do regime talibã e atualmente a residir no Reino Unido. Malala indicou a necessidade de os candidatos nas próximas eleições elegerem como prioridade a libertação dos estudantes nos primeiros 100 dias de legislatura. “Estas jovens arriscaram tudo para obter uma educação que a maioria de nós dá por garantida. Não as podemos esquecer”, defendeu a jovem. Blogueira fitness infantil é polêmica na internet e tem Instagram bloqueadoPor causa dos comentários na internet, sua conta saltou de 4 mil para 21 mil seguidores. Publicado originalmente por: Mundo Pocket / Fontes: G1 e Portal Virgula Anna Clara Larages Mansur, uma menina de 9 anos, virou polêmica na internet por causa da sua conta do Instagram. Em vez de postar as fotos comuns das garotas da sua idade, Anna tinha o hábito de dividir com os seus seguidores a sua rotina de exercícios físicos, que inclui uma série de abdominais, agachamentos e todas essas coisas que as mulheres mais velhas costumam fazer. Autointitulada como blogueira fitness intantil, Anna faz exercícios físicos desde os dois anos (natação e balé) e tem como pai um professor de educação física, que é o responsável pela sua série de atual da academia. Toda essa “rotina saudável” da menina acabou gerando um bafafá enorme no Twitter, com muita gente criticando os pais da menina. Sua mãe, a empresária Mileny Mansur, logo respondeu para os repreensores. “Primeiramente, quero deixar bem claro que a Anna Clara tem família. Família esta, que se preocupa com toda a educação e saúde necessária para seus filhos (que por sinal, só nos dão muita felicidade). Ela faz atividades físicas, desde os 2 anos de idade. Já fez balé e natação. Aqui em casa, todos nós praticamos exercícios físicos e nos alimentamos muito bem. Treinar, foi um pedido e decisão, único e exclusivamente dela”, disse Mileny. Muitas pessoas que ainda não seguiam a menina começaram a acompanha-la no Instagram. Em pouco tempo, seu número de fãs pulou de 4 mil para mais de 21 mil. Em seguida, sua conta foi bloqueada. Isso aconteceu porque muitas pessoas começaram a denunciar o perfil como pornografia infantil e, nesses casos, é comum que a administração da rede social cancele as contas. Indignada, a mãe veio ao público novamente. “Ela ficou muito chateada com o bloqueio. Nós estamos revoltados, porque o perfil dela não pode ser visto como objeto de pornografia infantil. Não podemos aceitar uma maldade dessas com uma criança”, disse Mileny ao portal G1. Ainda defendendo a filha, Mileny disse que a menina fazia os treinos (que eram adaptados para a sua idade) apenas 2 vezes por semana, por uma questão de vida saudável e que o nome do seu perfil foi criado como uma brincadeira entre as amigas da sua escola. “Ela leva a sério os treinos. Ela não faz isso pelo corpo, ela nem tem noção disso, ela só quer ter uma vida saudável”, afirmou a mãe ao G1. 9 fotos que os pais compartilham nas redes e comprometem a segurança dos filhos
Cada pose do filho vira motivo para uma nova postagem dos pais nas redes sociais. Mas é preciso tomar muito cuidado! Infelizmente com essa superexposição de imagens as crianças ficam vulneráveis a perigos na internet, como pedofilia, sequestro e roubos. Publicado Originalmente em: M de Mulher / Escrito por: Aline Gomiero 1. FOTO COM REGISTRO DE LOCALIZAÇÃO Antes de tirar a foto do pequeno, desative o geolocalizador do celular ou da câmera fotográfica. Ninguém precisa saber quais são os locais que a criança frequenta. Pessoas mal-intencionadas podem usar essas dicas para assustar você quando seu filho não estiver em casa. Sabe aqueles trotes que simulam sequestros? Eles ficam muito mais assustadores se a pessoa que estiver ligando tiver informações precisas da vida do seu filho. 2. FOTO DA CRIANÇA NUA Posso publicar uma foto do meu filho tomando banho? As partes íntimas do pequeno estão aparecendo? Antes de compartilhar algo assim, pense três vezes para não se arrepender depois. Infelizmente há o risco de pedofilia. Há muitas pessoas mal-intencionadas na internet que ficam procurando imagens de crianças peladas para compartilhar em sites de conteúdo impróprio. 3. FOTO DA CRIANÇA COM UNIFORME DA ESCOLA Evite que estranhos identifiquem a rotina do seu filho, que saibam qual é o nome do colégio que ele estuda e os cursos extras que ele frequenta. Essas informações podem ser usadas em planejamento de sequestro. 4. FOTO DA CRIANÇA EM ALTA-QUALIDADE A partir do momento em que uma foto cai na rede, perde-se totalmente o controle sobre ela. Fotos em alta-resolução, por exemplo, podem ser editadas e usadas com mais facilidade. 5. FOTO DA CRIANÇA COM OUTROS AMIGUINHOS Jamais publique a foto de outra criança sem a autorização dos pais. A internet é uma rede mundial, e todo cuidado é pouco. Fique atenta! 6. FOTO DA CRIANÇA NO AMBIENTE DE TRABALHO DOS PAIS Mais uma vez: não divulgue informações da sua vida pessoal. Isto é muito perigoso! 7. FOTOS QUE VÃO FAZER A CRIANÇA SENTIR VERGONHA NO FUTURO “Algumas fotos podem ser bonitinhas, mas, no futuro, podem constranger seu filho deixando-o vulnerável para ser alvo de bullying”, aconselha Marcos Ferreira, especialista em segurança da informação da TrustSign, empresa focada em soluções de segurança na internet. 8. FOTO DA CRIANÇA PERTO DE OBJETOS DE VALOR Evite postar fotos que possam chamar atenção para os bens materiais da sua família. Ninguém precisa, por exemplo, saber que seu filho ganhou um ipad de presente. 9. FOTOS PUBLICADAS EM ÁLBUM ABERTO PARA TODOS É ingenuidade acreditar que existe segurança apenas porque o seu perfil só pode ser visualizado por amigos e amigos dos amigos. Quem são os amigos dos seus amigos? Você os conhece? Todo cuidado é pouco. "Proibir a propaganda infantil é um retrocesso", diz Maurício de SouzaMauricio de Sousa e Mônica S. Sousa durante apresentação de estudo (Divulgação) Publicado originalmente por: adNews O estudo realizado pela GO Associados, divulgado na sexta-feira (12), (confira aqui) analisou alguns dos impactos da proibição de anúncios para crianças, que está na Resolução 163. Para quem ainda não conhece a Resolução, ela foi criada pelo Conselho Nacional dos Direitos da Infância e da Adolescência (Conanda) e considera abusiva a publicidade e comunicação mercadológica dirigida às crianças. Mas o que pensam os criadores do primeiro estudo que analisa esta proibição? Confira abaixo a opinião de Gesner de Oliveira, economista e sócio da GO Associados e dos empresários da Mauricio de Sousa Produções (MSP), que solicitaram o estudo, Mauricio de Sousa, Mônica de S. Sousa. Qual foi o resultado mais impactante do estudo? Para Mônica S. de Sousa, diretora comercial da Mauricio de Sousa (MSP) e transformada pelo pai numa das mais famosas personagens dos quadrinhos brasileiros de todos os tempos, o resultado da proporção do estudo também não era esperado. "Eu fiquei muito surpresa com o impacto, principalmente na geração de empregos". Segundo Gesner de Oliveira, o dado mais impressionante do estudo foi o peso que o setor de produtos licenciados tem na economia e também o potencial de efeitos diretos e indiretos. Já que o setor estimula vários outros setores. Ao finalizar o estudo, Gesner admite que o impacto é muito maior do que o que eles esperavam. "Para nós foi uma relativa surpresa. Nós não tínhamos ideia ao iniciar o estudo da dimensão do setor de produção infantil". Mauricio de Sousa prega o diálogo Um dos maiores desenhistas de quadrinhos de todos os tempos ressaltou que não gostaria de viver em um país que tivesse uma lei tão "draconiana" como essa, fazendo alusão a Resolução 163. "O assunto deve ser discutido com muito diálogo e respeito e a propaganda não deve ser proibida, pois isso será um retrocesso para as crianças, que tem acesso a produtos destinados a elas, como brinquedos, roupas e alimentos". Mônica destacou a opinião de vários psicólogos, que não concordam com a Resolução 163. "Eles não acreditam que a obesidade e o consumo excessivo venham da publicidade. Há muitas outras razões e as pessoas não estão atentas a isso. As pessoas que estão lutando por essa posição não valorizam o lado lúdico que os produtos proporcionam para a as crianças". Gesner fez a seguinte conclusão sobre os resultados do estudo: "Quando analisamos o custo benefício da implantação da Resolução 163, verificamos que realmente se cometeu um grande equívoco". Maiores perdas Os impactos da proibição não foram analisados de maneira total, já que o estudo fez uma simulação sobre os setores de atuação da Mauricio de Sousa Produções e de mais cinco setores da economia. Mas a área de entretenimento para o publico infantil, por exemplo, não foi analisada. Mauricio de Sousa destacou pontos importantes sobre as consequências da proibição. "As crianças não irão deixar de consumir os produtos, ou de assistir a televisão, apenas não terão mais acesso aos produtos infantis e irão consumir o que é criado para ao público adulto". Para o cartunista, os produtos foram um direito que os adultos conquistaram para as crianças e que não pode ser perdido agora. Já para a empresária Mônica, as consequências desta decisão têm resultados negativos na economia e na cultura nacional. "Além do impacto econômico que é importante para a sociedade brasileira é importante ressaltar que o estudo mostra o impacto desta decisão sobre a cultura brasileira, que pode deixar de existir e deixar de ser um bom negócio para os investidores". Produção de conteúdo infantil Um dos resultados negativos da proibição da publicidade voltados ao público infantil é a falta de incentivo à produção de conteúdo para crianças. Já que sem a possibilidade de espaços publicitários, os programas infantis se tornariam menos atrativos para as emissoras de TV. Segundo o estudo, em 2003 as cinco maiores redes abertas de televisão (Globo, Record, Band, SBT e RedeTV) exibiam em média 14 horas de desenhos infantis. Em 2013 essa média foi de 4 horas. "As pessoas que apoiam a Resolução 163 não têm dimensão do, do que pode ser subtraído da sociedade brasileira. Os desenhos animados, por exemplo, são patrocinados pela publicidade e as peças de teatro também. Acredito que eles não tenham percebido isso. Eles pensam que podem deixar de usar a publicidade para manter os produtos infantis. E não existe isso. Qualquer país do mundo preciso disso para sobreviver na comunicação. Jornal precisa de publicidade, a revista, a televisão. O que vai acontecer se for proibida a publicidade para a programação infantil dos canais pagos de desenho animado? Será que vai ter alguém que vai querer investir? O canal vai ficar no prejuízo? Não, ele vai parar, como aconteceu com os canais da TV aberta. Hoje é muito pequeno o espaço para conteúdo infantil. Porque não tem publicidade", afirmou Mônica. Próximos passos O estudo foi um dos primeiros passos da Maurício de Sousa Produções para abrir uma discussão sobre o tema. Os empresários comentaram a decisão de tornarem público os resultados da pesquisa sobre a proibição da publicidade infantil. "Divulgar este estudo para demonstrar as consequências da implantação da Resolução 163 já representa um passo para conscientizar a população sobre os benefícios da propaganda infantil", ressaltou Mauricio. "Nós conversamos com a presidente do Conanda. Estamos preocupados em esclarecer a nossa posição. Por isso é importante apresentar o estudo para todas as pessoas interessadas, como governo, empresas, jornais e a população esse tipo de resultado", disse Mônica. Por Ana Paula Silva |
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