Publicidade online no Brasil deve atingir R$ 6,8 bilhões em 2015
Publicado originalmente por: Olhar Digital
Uma pesquisa realizada pela E-Consulting com empresas de publicidade brasileiras entre março e abril constatou que a publicidade online no Brasil deve crescer 4,5% e os investimentos devem atingir os R$ 6,8 bilhões em 2015. De acordo com a empresa, a maior parte do valor deve ser direcionada a anúncios em pesquisas, cerca de R$ 4,4 bilhões.
Entre os setores que mais investem em publicidade na web estão telecomunicações, mídia e internet, com 23% do valor total, bens de consumo, com 18%, financeiro, com 14%, automóveis, com 13%, varejo e e-commerce, com 11% e turismo e transporte aéreo, com 7%.
A consultoria também destacou as cinco principais tendências do mercado para os próximos anos. São elas: a criação de plataformas para gestão integrada das campanhas em diferentes mídias, o relacionamento dos clientes com produtores de conteúdo, o uso de elementos sociais na propaganda, os anúncios interativos e a saída dos investimentos da TV para a internet.
"A internet foi avaliada como um meio superior à TV e à mídia impressa, pois permitiria desenvolver campanhas mais eficazes e, ao mesmo tempo, racionalizar os investimentos em publicidade", explica Daniel Domeneghetti, autor da pesquisa e CEO da E-Consulitng.
Neste dia das mães, não quero flores, quero direitos!Publicado originalmente por: milc Texto especial para o Milc de Mariana Sá* Tem horas que eu sinto que o Brasil é o pior lugar para ser mãe e ser criança (sei que não é). O que mais me chateia é pensar que temos, sim, boas condições de oferecer algo melhor para mães, pais e crianças. Explico: temos leis bacanas, boas instituições, alguma estrutura, políticas públicas bem escritas, algumas até bem tiradas do papel, mas acredito que, no fundo-no-fundo, nós – como sociedade – não temos boas intenções para com as crianças e suas mães e seus pais (mulheres e homens como humanos criando humanos, resumido aqui na palavra maternidade). Fico me perguntando se um dos motivos que fazem com que as leis e as políticas não saiam do papel (ou serem mal executadas quando saem) não é uma extrema má vontade com o ser humano e uma falta de prioridade total para tudo que diz respeito a ele: e a infância e a maternidade dizem respeito ao ser humano. Ou você acha que teremos uma sociedade bacana enquanto a infância e a maternidade não forem de fato prioridade? Ainda acredito naquele ditado que diz que é preciso toda a aldeia para educar uma criança, mas cada dia que se passa, vejo esta aldeia ser reduzida: famílias menores, escolas piores, comunidades desintegradas, espaços urbanos inseguros, mobilidade urbana ruim, inflexibilidade do trabalho fora de casa, são condições que determinam a maneira como maternamos. Todos estes problemas somados a uma mídia desrespeitosa que, em suas colunas, reportagens, editoriais e ficções, joga toda a responsabilidade dos males do mundo nas mães, que seriam as responsáveis por uma tal de educação doméstica, supostamente a solução da maioria das quizilas brasileiras, mas que não pauta bem os temas que favoreceriam a educação, a civilidade e a maternidade. E sem esquecer dos anunciantes do tipo que finge não entender que não PODEM se dirigir às crianças, que não podem se meter na minha casa e plantar valores nos meus filhos, que invadem as ruas e os espaços de lazer com suas marcas e produtos, que interpelam as crianças nas prateleiras, nos games, nos livros, nas revistas e nas escolas. Anunciantes que parecem que estão em todo lugar, acenando com cores e sons para crianças sem capacidade de julgamento formada. Não podem, simplesmente porque é ilegal, imoral e engorda.
Empresários de mídia, do comércio, dos serviços e da indústria que enobrecem as mães de família nos seus filmes publicitários, e não oferecem a menor condição para que esta mãe esteja um tempo em casa provendo esta educação aos filhos na vida real – afinal estes também são empregadores e fazem com as leis trabalhistas o mesmo que fazem com a lei de direitos das crianças: lobby para que nada mude.
Neste dia das mães, não quero flores, nem homenagens, nem presentes.
Não quero receber e-mail marketing de empresa que anuncia para meus filhos. Não quero receber brindes das empresas cujos representantes publicam nas redes sociais que as mães e os pais são os únicos responsáveis, ou se sentam comigo nas mesas de debate ou que e dizem que basta que eu diga “não”. Não quero musiquinha melosa cantada no intervalo da programação de péssima qualidade que entra em minha casa recheado de abusos e assédios. Não quero receber cartinha de deputado que se rende ao lobby e teme pelas suas amadas verbas de campanha. Eu quero direitos! Quero ganhar de presente pelo Dia das Mães o acolhimento de todos os pareceres, opiniões, pesquisas e estudos científicos de desqualificam a publicidade como de interesse para crianças. Quero que anunciantes e os publicitários se dobrem diante da Resolução 163 do Conanda1 e que obedeçam Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código de Defesa do Consumidor, que já proíbem a prática desde muito tempo. Quero que a sociedade trate crianças de outro jeito, como prioridade, que de fato são! É isso que eu quero, não quero flores! Ilustração especialmente concebida para o Milc por de Luciana Azevedo do lalelilolu, studio de ilustrações infantis com redação de Mariana Sá e finalizada por Pedro Serravalle, Freelance Design. (*) Mariana é mãe de dois, publicitária e mestre em políticas públicas. É cofundadora do Milc e membro da Rebrinc. Mariana faz regulação de publicidade em casa desde que a mais velha nasceu e acredita que um país sério deve priorizar a infância, o que – entre outras coisas – significa disciplinar o mercado em relação aos direitos das crianças.. [1] A Resolução 163 do Conanda dispõe sobre a abusividade do direcionamento de publicidade e de comunicação mercadológica à criança e ao adolescente. Trocando em miúdos que diz por A mais B do que se trata uma publicidade abusiva e define claramente o que é “aproveitar-se da deficiência de julgamento e experiência da criança”, o que já é proibido pelo Código de Defesa do Consumidor desde 1990. Saiba mais aqui. GRIM segue com a segunda edição dos eventos comemorativos dos 10 anos grupo de pesquisaAs atividades comemorativas de 10 anos do GRIM tiveram continuidade hoje com o seminário "Jovem e consumo midiático em tempos de convergência" com a participação da Doutora em Comunicação pela USP Nilda Jacks (UFRGS) que dialogou sobre a pesquisa nacional que deu título ao seminário. O trabalho desenvolvido tem o objetivo de conhecer as realidades regionais brasileiras no que diz respeito aos usos e apropriações dos recursos multimidiáticos em processo de convergência, por parte dos jovens nas diferentes regiões do país. No mesmo dia ainda tivemos a defesa da dissertação “A construção das imagens de si por adolescentes em redes sociais” apresentada por Ilana Landim que integra o Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFC. O problema com brinquedos segregados para meninas e meninosPublicado originalmente por: milc Artigo de Rebecca Hains para o Boston Globe traduzido especialmente para o Milc por Fernanda Café* O que deu início à nossa obsessão em definir gêneros para brinquedos e como os pais podem combater isto? Brinquedos de meninas. Brinquedos de meninos. Para muitos pais, a ubiquidade da separação dos corredores de brinquedos por cor parece natural, refletindo uma crença em diferenças inatas de gênero e interesses distintos. No entanto, recentemente campanhas como Let Toys Be Toys e No Gender December têm conseguido manchetes internacionais ao defender corredores de brinquedos unificados, recomendado uma reorganização por tema ou interesse. Em vez de acreditar que bonecas e atividades manuais são para meninas enquanto caminhões e kits de ciência são para meninos, “nós acreditamos que todos os brinquedos são para todas as crianças”, explica a coordenadora da campanha Let Toys Be Toys Jo Jowers, que vive na Inglaterra. O Presidente Obama se posicionou sobre o assunto em Dezembro, quando em um evento do Toys for Tots ele sugeriu que um brinquedo de basquete seria um brinquedo ideal para meninas. “Eu só estou tentando quebrar esses estereótipos de gênero”, ele comentou na época. “Crianças usam brinquedos para tentar novos papéis, experimentar e explorar interesses,” explica Susan Linn, diretora executiva da iniciativa “Campaign for a Commercial-Free Childhood” (Campanha para uma Infância Livre de Comerciais) e uma psicóloga na Escola de Medicina de Harvard. “Um marketing de brinquedos rigidamente genderizado diz às crianças quem eles devem ser, como eles devem se comportar, e no que eles devem se interessar” – uma prescrição pouquíssimo saudável. Pesquisas recentes mostram que os brinquedos de hoje em dia são divididos por gênero em níveis sem precedentes históricos. “Existem bem menos itens não-genderizados disponíveis para crianças do que em qualquer era anterior”, diz Elizabeth Sweet, pesquisadora e pós-doutora na Universidade da Califórnia – ainda menos do que há 50 anos, quando discriminação por gênero era socialmente aceitável. Como pode ser? A resposta está em mudanças significativas na indústria da mídia durante os anos 1980, quando a Comissão Federal de Comunicação, que regulamenta a televisão nos EUA, removeu limitações antigas sobre publicidade infantil; e consumidores passaram a adotar pacotes de televisão à cabo, permitindo que os donos da mídia pudessem mirar em audiências muito mais microsegmentadas do que antes. Como resultado, marqueteiros passaram a ver crianças como um demográfico segmentável e extremamente lucrativo, após ignorá-las por 50 anos. Tradicionalmente neutros, brinquedos como blocos de montar agora existem "versão para meninas" e "versão para meninos" Talvez não seja surpreendente que duas das mais bem-sucedidas companhias de hoje – Disney, cuja marca Princesas é a propriedade licenciada nº2 nos EUA e Canada, e LEGO, que recentemente superou a Mattel como maior fabricante de brinquedos do mundo – adotaram precocemente a tendência de meticulosamente segmentar por gênero o mercado infantil no final dos anos 1980. O sucesso de licenciamento do filme A Pequena Sereia da Disney em 1989 levou ao lançamento de vários filmes de princesas em rápida sucessão, colocando a Disney como um poder formidável no mercado de meninas. Da mesma forma, em 1988 a LEGO apresentou a campanha “Zack, o maníaco da LEGO”, se posicionando como uma marca para meninos. Um ano depois, a LEGO começou a moldar seus bonequinhos que eram historicamente neutros em gênero, mas passaram a incluir batom e pelos na face – marcadores de gênero bem claros. O efeito cascata dessas mudanças monumentais no marketing da era dos anos 1980 são evidentes hoje em dia. Hoje, alguns brinquedos classicamente neutros em gênero são produzidos em versões para “menino” e para “menina”: vagões Radio Flyer, anéis de empilhar, blocos de montar e todos os brinquedos no meio sofrem uma “lavagem rosa” na esperança de que famílias com crianças de cada gênero irão comprar brinquedos em dobro. Enquanto isso, os recordes em lucros das Princesas da Disney levaram a uma proliferação de itens de princesas na concorrência, então a Disney comprou a Marvel e a Lucasfilm, criadora de Star Wars, para competir no mercado de meninos. Da mesma forma, a LEGO compete pelo poder de compras das meninas não através da inclusão, mas oferecendo uma linha separada de brinquedos estereotipicamente feminina, como Princesas da Disney e a LEGO Friends. O que isso significa para as famílias de hoje? Lori Day, uma consultora educacional, psicóloga e autora do livro Her Next Chapter: How Mother-Daughter Book Clubs Can Help Girls Navigate Malicious Media, Risky Relationships, Girl Gossip, and So Much More (algo como O Próximo Capítulo Dela: Como clubes de leitura entre mães e filhas podem ajudar meninas a circularem através da mídia maliciosa, relacionamentos arriscado, fofocas e muito mais), argumenta que a brincadeira infantil foi alterada com consequências de longo prazo. “Depois dessa segmentação por gênero, meninos e meninas param de brincar juntos numa idade muito mais precoce do que era considerado típico para o desenvolvimento etário” ela diz. “Os estereótipos rígidos de papéis de gênero não são saudáveis para meninos ou meninas, que são têm muito mais semelhanças do que diferenças.” Sweet concorda: “Esse tipo de marketing normalizou a ideia de que meninos e meninas são fundamentalmente e marcadamente diferentes uns dos outros, e essa ideia é a base de vários dos nossos processos sociais de desigualdade.” A linha LEGO’s Friends foi criticada por lançar salões de beleza e shoppings para as meninas No entanto, os pais podem lutar contra esses problemas ao criar crianças criticamente pensantes. Jennifer Shewmakes, uma professora de psicologia na Abilene Christian University no Texas e autora de Sexualized Media Messages and Our Children: Teaching Kids to Be Smart Critics and Consumers (algo como Mensagens sexualizadas e nossas crianças: ensinando crianças a serem críticas e consumidoras inteligentes), sugere: “Quando você vir um anúncio estereotipado, pergunte à criança: ‘O que você acha da maneira como ela mostra meninos e meninas? É assim que os meninos e as meninas na sua vida são?’”. Carolyn Danckaert, co-fundadora do site de recursos A Mighty Girl, acrescenta: “Quando pais explicam que algumas pessoas pensam que só meninas ou só meninos são bons em alguma coisa mas suas famílias discordam, crianças conseguem reconhecer estereótipos pelo que eles são.” Nem todos os pais dividem essas preocupações, é claro. Jo Paoletti, professora de estudos americanos na Universidade de Mariland e autora do livro Pink and Blue: Telling the Boys From the Girls in America (algo como Azul e Rosa: separando os meninos das meninas na América), atribui opiniões diversas à guerras culturais contínuas. “Adultos que se contentam com papéis de gênero mais tradicionais e conservadores vêem as preferências infantis por roupas e brinquedos estereotipados como expressões naturais de diferenças inatas,” diz Paoletti. Dessa forma, Erin McNeill, fundadora e presidente do Media Literacy Now (Educação Midiática Agora), advoga pela integração de crítica da mídia no currículo escolar. “Alguns pais não notam ou não estão preocupados com a genderização de produtos. É importante que todas as crianças tenham a oportunidade de desenvolver um pensamento crítico para entender como e quando anúncios genderizados focam nelas mesmas,” ela diz. Rebecca Hains is an associate professor of advertising and media studies at Salem State University, where she serves as assistant director of the Center for Childhood and Youth Studies. She’s the author of “The Princess Problem: Guiding Our Girls Through the Princess-Obsessed Years.” (*) Fernanda é jornalista-porém-assessora e mãe do Benjamin (5). É uma feminista que faz ballet e adora cor-de-rosa. Gosta de RPG, fantasia medieval, anime água-com-açúcar e é #teammarvel apesar de Sandman ser da Vertigo. Começou a estudar Quenya, mas como não dava pra fazer isso enquanto comia, desistiu de ser elfa e admitiu para si sua natureza hobitesca. Escreve no http://pacmae.com.br/ |