Thinayna Máximo, estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante do GRIM fará essa semana a defesa do seu trabalho que tem como título: Público ou privado? A compreensão de crianças cearenses sobre privacidade online. Segundo Thinayna, a pesquisa foi realizada numa periferia da cidade de Fortaleza, onde ela acompanhou 6 crianças com idades entre 10 e 12 anos durante 3 meses.

Usando uma metodologia com inspiração etnográfica, o trabalho teve como objetivo identificar como as crianças de periferia compreendem sua privacidade e como a gerenciam nas suas redes sociais. "Ou seja, o que elas escolhem publicizar e o que escolhem manter privado", explicou.

Durante a pesquisa, Thinayna relata que percebeu que os principais elementos que influenciam nessa decisão eram: relação com os pares, mediação parental e habilidades digitais. “Algumas crianças relatam não publicar informações como endereço, telefone, porque foram orientadas pelos pais para não fazerem isso”, disse Thynaina. A publicação de fotos, por exemplo, precisava passar por uma aprovação dos amigos antes para que houvesse maior reconhecimento online. Algumas crianças continuavam com os perfis públicos por simplesmente não entenderem como fazer a mudança para o perfil privado.

Também foi observado que algumas crianças tinham suas redes sociais logadas nos smartphones dos pais por não possuírem um para seu próprio uso. Algumas até apagavam as mensagens trocadas no celular para que os pais não lessem. “Isso foi um aspecto importante pois implica diretamente na privacidade (das crianças)”.

A defesa acontecerá no dia 18 de outubro, às 10h, na sala de videoconferência da PRPPG, no Campus do Pici da UFC. A banca será composta pela orientadora do trabalho,  professora Inês Vitorino, a professora da UFC Geórgia Cruz e a professora da Universidade Nova de Lisboa Cristina Ponte.