Primeira oficina do projeto Comunicação para a Cidadania no Cuca Mondubim

Cuca

Na ultima sexta-feira (06) iniciou-se o período de oficinas do projeto Comunicação para a Cidadania no Cuca Mondubim. O tema da primeira oficina foi Programas Policialescos e o Direito à Comunicação. A oficina contou com a participação de alguns integrantes do Grim e da diretoria de Comunicação da Rede Cuca.

A mediadora das discussões da primeira oficina foi Chloé Leurquin, integrante do GRIM. Abaixo, Chloé conta como foi sua experiência durante a oficina:

“Tivemos uma conversa muito produtiva com os jovens sobre questões relativas ao monopólio midiático, às concessões públicas de radiodifusão e, sobretudo, sobre a relação deles com os programas policiais. O curioso é que muitos dos jovens que estavam presentes tinham interesse pelo campo da comunicação midiática, apesar de alegarem não se sentirem representados pelos meios de comunicação tradicionais. Essa situação ambígua apresentada, de certa forma, permitiu que a nossa conversa girasse em torno da importância dos meios de comunicação de massa e da necessidade de exibição de conteúdos mais plurais em programas televisivos, por exemplo. Questões como a violação de direitos humanos por meio desses programas, o discurso do medo, os interesses políticos e econômicos das empresas de comunicação, assim como a linguagem e a estética, que são características dessas produções, foram bastante ressaltadas. Compartilhamos experiências e relatos sobre a temática de uma forma leve e dinâmica – Acredito que o projeto desenvolvido pelo Grim em parceria com a rede Cuca tem grande potencial. Estou ansiosa pelas próximas oficinas!”

Seguindo o padrão das oficinas anteriores, esta teve início com com uma rodada de apresentações, na qual os participantes também responderam à pergunta: “Você se sente representado pela mídia?” na medida em que se apresentavam. A resposta foi unânime: “Não me sinto representado pelas mídias”. Os motivos variaram entre questões raciais, culturais, econômicos e entre outros.

Os programas policialescos adentraram a oficina quando a mediadora apresentou dados e características deles nas mídias locais. Em seguida, os participantes falaram quais são suas opiniões e experiências em relação a tais programas. A partir daí a discussão decorreu de forma fluida e rica, onde os participantes falaram sobre os programas como incentivo à criminalidade, espetacularização e banalização da morte, o respeito aos direitos do infrator e seus familiares e as classes sociais mais e menos atingidas. Também foi levantada a questão das reais informações passadas por esses programas como a forma de abordagem que está atualmente sendo feita pelos infratores, entre outras coisas.

Outro ponto discutido durante a oficina foi como os programas policialescos fazem uso de uma linguagem mais caricata, fazendo uso de gírias regionais e linguagem mais informal em comparação aos reais programas jornalísticos locais. Isso acaba por atrair um público massivo por conta da identificação com o modo de falar dos repórteres e apresentadores, o que acaba aumentando o impacto e o crédito dado a esses programas pelos seus telespectadores.

O público foi muito participativo e ativo durante toda a oficina, trazendo sempre opiniões e discussões fortes e instigantes. Composto por estudantes de ensino superior de instituições públicas e privadas, bem como estudantes de ensino médio e profissionais na área de comunicação, o grupo participante trouxe para a oficina várias opiniões sólidas e instigantes reflexões acerca do tema abordado.

A próxima oficina do projeto será no dia 13 de outubro, às 14h, no Cuca Mondubim e terá como tema Juventude e Internet. Mais informações sobre horários e local neste link.

 


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