Grim promove debate e oficina em escola ocupada no São João do Tauape

Fachada da escola Noel Hugnen.

 

A tarde desta quinta-feira, 12, foi de debates na ocupação estudantil da Escola Noel Hugnen, no bairro São João do Tauape. A exemplo do que ocorreu na Escola Castelo Branco, na quarta, 11, o Grim esteve presente fomentando discussões, que tocaram assuntos como educação e opressões, com a exibição de trecho do documentário O Começo da Vida. Também foi realizada uma oficina sobre gerenciamento de páginas no Facebook, ministrada pela estudante de Publicidade e Propaganda da UFC Sara Bacelar. Ela compartilhou com os estudantes a a experiência de gerir a página do Diretório Acadêmico Tristão de Athayde (Data), da Comunicação Social.

Foi mais uma atividade a ocorrer na ocupação que começou na segunda-feira, 9. Cerca de 25 estudantes se revezam na ocupação da Noel Hugnen, preparando atividades e planejando os rumos do movimento. Além de apoiar a greve dos professores, eles denunciam, sobretudo, a falta de estrutura da escola. Nas salas de aula, faltam ar-condicionados e e ventiladores. A quadra de esportes não tem cobertura e acumula buracos. No banheiro, os alunos temem desabamento por causa de vazamentos no teto. No estúdio de música, instrumentos que esperavam professores para as aulas foram roubados há cerca de um mês. Também são cobrados laboratórios de ciências humanas, de informática, de ciências/química e de redação.

O movimento já inspira alunos de escolas da vizinhança, como a Luiza Távora, que também planeja ocupação. Os alunos vem mantendo contato para compartilhar as experiências, conta Gean Gabriel, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Noel Hugnen. No Estado, aproximadamente, 30 escolas estão ocupadas no momento.

O Governo Estadual anunciou a liberação de R$ 32 milhões para a reforma das escolas do Estado, além de 6,4 milhões por ano “para reforço na merenda escolar”. Gabriel lembra que o montante é pouco, já que equivale a cerca de R$ 45 mil reais por escola, "o que não paga a pintura do colégio". Já o gasto da merenda por aluno passaria de R$ 0,31 para R$ 0,37. Várias escolas já anunciaram que continuarão com a ocupação, mesmo com o anúncio do governador Camilo Santana.

O Noel Hugnen é uma delas. Os alunos estão abertos para instituições que queiram ofertar debates e oficinas, sobretudo, na área política, já que falta experiência aos ocupantes, diz Gabriel. Um evento cultural está sendo planejada para a próxima semana.

Os estudantes também pedem doações para manter a ocupação. Os materiais mais desejados são alimentos (sobretudo, carnes e "mistura em geral") e materiais de higiene. Para doar, basta enviar o material para a escola ou entrar em contato com os ocupantes: 98592.6614 (Gean Gabriel) e 8729.0942 (Aryane)

Histórico de lutas

Em novembro do ano passado, os alunos da Noel Hughner haviam tomados as ruas do bairro em protesto contra o encerramento do ensino médio da escola, mediante a municipalização. Os alunos seriam realocados para as já superlotadas escolas do bairro. O Noel Hugnen atende cerca de 260 estudantes, o que faz com que algumas salas do Ensino Médio tenham 20 alunos. O ideal para a Secretaria de Educação do Estado (Seduc) gira em torno de 40 alunos. Depois de duas manifestações, a Seduc voltou atrás e a escola segue ofertando os ensinos fundamentais e médio.

Saiba Mais

Acompanhe a luta dos estudantes na página do Facebook Ocupa Noel

 


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