Dia Internacional dos Direitos Humanos: jovens lançam dados de pesquisa sobre violência na Estrutural

vcj

Para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, que foi comemorado nesta quarta-feira, 10/12, os integrantes do projeto “Onda: adolescentes em movimento pelos direitos” – iniciativa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), com apoio da KinderNotHilf (KNH) – lançam os resultados da pesquisa “Percepção na Estrutural:  violência contra crianças, adolescentes e jovens”. A pesquisa foi desenvolvida por jovens de 15 a 19 anos do projeto Onda, que tiveram o objetivo de mapear os tipos de violência que mais afetam a comunidade, com o cuidado de não estigmatizar ainda mais Estrutural como polo da violência do DF.

A pesquisa foi realizada com 106 moradores da Estrutural, escolhidos aleatoriamente, com idades entre 9 e 70 anos (confira a pesquisa aqui). A enquete foi aplicada no primeiro semestre de 2014 na feira da Estrutural e no colégio CED 4 (escola de ensino médio que recebe alunos da Estrutural). A sistematização dos dados ocorreu no segundo semestre. A maioria dos entrevistados foi de jovens que se autodeclararam pretos ou pardos.

O principal objetivo da enquete foi reconhecer a coexistência de vários tipos de violências praticadas diariamente na comunidade. A iniciativa também teve a intenção de defender a cidade como território de cidadania e exigir a presença do Estado não como órgão de repressão, mas de garantia de direitos e promoção da cidadania.

Dados da pesquisa

A pesquisa revelou que os problemas mais citados entre os meninos de 9 a 19 anos são a violência decorrente do tráfico de drogas e a violência policial. Sendo, que este último tipo de violência foi mencionado como grande preocupação dos jovens negros, enquanto os jovens brancos não citaram sequer uma vez esta modalidade de violência. Ou seja, as respostas mudam de acordo com uma perspectiva raça/cor. Tais dados revelam que a juventude negra da cidade é a mais atingida tanto pela violência causada pelo tráfico de drogas quanto pela violência policial.

Outro dado revelado na pesquisa foi que 89% das meninas de 14 a 19 que responderam ao questionário apontaram preocupação com a violência sexual. O resultado indica que há uma questão de gênero latente. Os dados se inter-relacionam com o grande número de ocorrências frequentes deste tipo de agressão. Ao falar de causas, elas citam que as famílias e o Estado têm sido incapazes de protegerem-nas. Ressaltam ainda que a cultura machista naturaliza a violência contra a mulher (confira a pesquisa completa aqui).

Soluções

Os dados também demonstraram que há um consenso de que a ausência do Estado causa a marginalidade da população mais jovem. A indicação para o enfrentamento da violência está diretamente ligada à efetivação de direitos. Os jovens apontam que são necessárias as seguintes ações: maior investimento em educação formal e não formal e em políticas públicas para juventude (especialmente a negra), destacando esporte e cultura; melhoras na atuação da polícia, diálogo entre o poder público e a comunidade, e maior execução e transparência no orçamento público da Estrutural.

Fonte: Inesc

 


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